OS POVOS INDÍGENAS DO LESTE BAIANO
Os índios que habitavam a região de Canudos, o Raso da Catarina até o Cariri (aquela região que ocupa o sudeste do Ceará e oeste de Pernambuco) pertenciam à nação Kiriri (denominação dada a eles pelos falantes de tupi, que significa silencioso, taciturno) do grupo macro-jê.
Fazem parte das nações que os "ditos" civilizados erroneamente chamavam de "tapuias", que alguns acreditam que signifique "inimigo", ou quiçá de "tamyîa" = avô.
Os Kiriri de Mirandela (Banzaê), os Xokó, são índios que outrora falavam línguas do grupo macro-jê, assim não fazem parte de línguas da família tupi-guarani.
Da família tupi-guarani fazem parte aquelas línguas que se supõe originar de uma proto´língua "tupiguarani", uma língua que se acredita haver existido na prehistória. Dela surgiram diversas línguas como a língua brasílica ou tupí antigo (abá-nhe'enga), o guarani (avá-nheen), o nheengatu (ou tupi moderno), o jopara, o kamayurá e outras.
Portanto, "tapuia" era como os "civilizados" chamavam todas as outras nações dos grupos macro-jê, karib, pano e outros.
A Bahia era habitada em todo seu litoral pelos Tupinambá e Tupiniquim. Aquela região de Posto Seguro era habitada pelos Tupinikim que foram os índios que receberam a esquadra de Cabral na época da Primeira Missa.
Não foram os Pataxó como muita gente pensa. Os Pataxó habitavam o interior e eram muito temidos, assim como os Aymoré (Guaymoré), que atacavam todos os viajantes que a caminho do Rio de Janeiro, ousassem passar pelos seus domínios. Aliás, os Pataxó também eram confundidos com os Aymoré.
A região mais ao norte da Bahia (Mangue Seco, Jandaíra, Rio Real), os estados de Sergipe e Alagoas eram habitadas pelos Kaeté (Caetés), de língua tupi. Os alagoanos são descendentes dos Kaeté.
A Paraíba e o Rio Grande do Norte eram habitados pelos Potiguara, também de fala tupi.