Caso de polícia
Esta ninguém me contou. Eu ouvi com meus próprios ouvidos, que a terra haverá de comer, espero não tão cedo.
Vinha de minha costumeira caminhada matinal, quando prosaicamente um soldado de um dos batalhões da Polícia Militar de Belém pergunta para outro: - Sabes quem tem um aparelho de som pra vender? Até aí tudo bem. O colega interrogado não teve tempo de responder.
Um terceiro policial, que estava do outro lado da rua - mas ouvira a pergunta do colega, apressou-se em dar a resposta:
- Um bandido que nos prendemo faz algum tempo tem um monte de bagulho pra vender. Vai lá com ele.
Isso tudo de maneira bem natural, sem nenhum pudor, como se fosse a coisa mais comum do mundo e sem se importar com minha passagem pelo local.
Fiquei pensando: - Nas mãos de quem está a segurança de nossa cidade? Muitas vezes nas de policiais corruptos que negociam com os próprios bandidos o fruto do roubo a cidadãos que pagam seus impostos para terem o mínimo de segurança. Quantos desses cidadãos já não pagaram com a própria vida a audácia desses meliantes, que veem em muitos dos que deveriam nos proteger um aliado.