NOVOS TENTOS EM NOVOS TEMPOS
Outro dia, assistia a seleção brasileira de futebol ceder um empate à débil equipe de nossos vizinhos bolivianos. Que relevância abstrair do placar dessa partida, se o time pode dar a volta por cima e avançar para a fase seguinte da competição, capaz que é, inclusive, de conquistar o título de hexacampeão da referida modalidade esportiva?
O Brasil é o centro da discussão, mas o cenário do texto ora desenvolvido não está ambientado numa cancha gramada onde rolam balões de couro, mas em regiões geográficas em que seus habitantes ralam o couro. E o país não pode se dar ao luxo de se contentar com resultados nulos, muito menos colecionar derrotas em detrimento à população e suas crescentes expectativas.
Aqui, a equipe é composta por um número bem superior a onze atletas; são milhões de indivíduos tentando driblar desafios diários, relativos ao desemprego, à assistência médica inadequada, ao transporte deficiente, à violência urbana, à educação deficiente, etc.
Não obstante, o brasileiro já assume nova postura; entende que seus passes não devem ser tão somente defensivos, nem seus passos podem ser trôpegos. Os filhos desta terra querem vencer; buscam a vitória sempre que os lances lhes são favoráveis.
Assim como se complementam técnicos e jogadores para assegurar a liderança e subseqüentemente o título em disputa, os órgãos oficiais junto aos cidadãos podem se constituir numa combinação mais eficaz para viabiliar conquistas sociais antecipadas. Eis o mote desta breve crônica.
A condição de lanterninha não é mais concebível para uma nação de artilheiros que se esmeram em marcar gols de placa e que só pensam em ganhar chuteiras de ouro. Para tanto, não se intimidam com os desafios dos novos tempos. Governo e povo podem produzir belas tabelinhas e marcar lindos gols de placa.