Jogo da vida
A vida é um jogo. Nas palavras de Clarice Lispector, é “como se lançam dados: acaso e fatalidade”. Vive melhor quem aprende a jogar. É preciso conhecer as regras, o adversário e o objetivo da partida. Porém, não há um manual de instruções disponível previamente.
Somente com a partida já iniciada é que vamos descobrindo, aos poucos, quem são nossos parceiros, nossos adversários e as regras. Umas são bem claras, outras tão sutis que só as compreendemos no final do jogo. Descobrimos também que alguns competidores são leais e outros desonestos, trapaceiros, egoístas.
Claro que podemos também inventar algumas normas técnicas. Mas se serão respeitadas ou não, isso é outra história. Neste tabuleiro, os jogadores usam todo tipo de artimanha: o ataque, a defesa, o blefe, a aposta, a dissimulação. Não há árbitro que contenha tamanhas trapaças e roubalheiras.
Ou você se adapta a essa acirrada competição ou é tragado por ela. Ou você domina as regras, ou será excluído da partida. Você pode até perder uma peça, um parceiro, uma partida. Mas uma vez que está no jogo, só há um caminho: continuar jogando até vencer.
(Catalão, 24/01/2011)