DIVAGAÇÕES À BEIRA MAR

  Existem momentos na nossa vida, em que: mesmo sem nenhuma intenção, paramos e, incontinente...pensamos! Por mais sutil que seja o momento, ele: o ambiente, nos leva a meditar e divagar. Pois é, meditar;  analisar e tecer opiniões , principalmente quando o atrevimento nos invade e ao nos atropelar provoca uma série de conjecturas sobre a vida e os fatos vivências por ela proporcionados. São perguntas, indagações, dúvidas e inúmeros questionamentos. É claro que nos afronta uma máxima irrefutável: Não existe verdade real, pois ela sempre será relativa; relativa ao ambiente, ao momento, ao fator e a imperfeição humana - essa sim incontestável- .
 Sabemos, mas calamos, nos omitimos... aceitamos. Tememos as represálias, que podem advir de: Deus, do Diabo, ou de nossos próprios semelhantes. Estabelecemos parâmetros e conceitos sempre baseados na materialidade visível, sofrendo inúmeras vezes com os efeitos do invisível, ou seja o próprio vento;cujos resultados são dolorosos. 
  Como entender que o homem ao colocar veneno no plantio e mesmo sendo sabedor de que irá sofrer os efeitos dessa ação, pouco se importa com o próprio futuro, pois haverá uma colheita mais farta, um lucro maior e ele não terá prejuízo ao ter que dividir com outros animais.   
   Como entender que o pescador;embora sabendo da escassez da matéria prima, a cada dia maior, faz grandes arrastões e acaba deixando o peixe miúdo morrer em grande quantidade na beira das praias -recolhe apenas o que pode ser industrializado –e não é capaz de jogar ao mar os filhotes, que seriam certamente  seus futuros alimentos.
   Como aceitar que os governantes possam priorizar estradas e veículos, poluidores ambientais, em detrimento aos não poluentes: Carros elétricos, trens e outro meios limpos. A não ser que pouco estejam se importando com os próprios filhos e prole, sedentos do poder e do imediatismo, prazeroso, fútil e descartável, que é a matéria.
   Como entender a continuação da fabricação de produtos plásticos, sabedores que somos de seus malefícios ao meio e ao usuário . Não! Não basta ao homem o conhecimento dos efeitos, pois o lucro se sobrepõe as conseqüências. Nessas horas é que vemos e sentimos o verdadeiro poder monetário, onde a inversão de valores passa primeiro pela máxima: Qual é o lucro afinal e no final, valem os meios ? ( Final ao qual já sabemos antecipadamente!) É problema deles e não meu!...
   Como podemos colocar a culpa na natureza, se quem a está devastando, poluindo, modificando, construindo onde não devia ,alterando seus mares, rios, montanhas, florestas, e campinas: somos nós.
    Como aceitar e entender que seremos julgados por nossa materia , enquanto a verdadeira essência- a alma-  tem sido jogada aos cantos e encantos dos ditos religiosos de carteirinha e dos safados de plantão que se apropriaram de Deus e todas as suas beneces.
    
Muitas dessas indagações, conjecturas e inversões tem uma conclusão tão devastadora, que prefiro lavar meus pés à água do mar, pois o choque frio, que certamente levarei, em contraste com a temperatura do ar  me trará de volta a triste, mas inquestionável realidade, na mais provável resposta:
   - Não sei realmente qual é a solução e, mesmo que a soubesse, de que adiantaria, pois não iriam me dar ouvidos e ainda seria chamado de : Desvairado Pessimista!
 Isso ficaria bem claro na concepção da "verdade" deles: Pois na minha, sou apenas mais um: Espirito Realista.!!!  
 Que Deus tenha piedade de nossos filhos,pois ao que parece,nós mesmos, infelizmente, não estamos tendo.
Gildo G Oliveira
Enviado por Gildo G Oliveira em 23/01/2011
Reeditado em 23/01/2011
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