Hachiko: um cão mais que fiel

Hachiko: um cão mais que fiel

Que necessidade há de se escrever sobre a tragédia que está ocorrendo, se eles nos jogam em cima, a todo o momento? A quantidade de mortos já não nos impressiona. É apenas um dado estatístico.

Prefiro escrever sobre o detalhe que comoveu o país inteiro. O cão que perdeu os donos soterrados procurou salvá-los removendo a terra, orientou os bombeiros onde os corpos estavam. Ele está bem. Já foi adotado. Comove também, a atuação da ONG Estimação de Teresópolis, acolhendo cães e gatos sem lares. Fico a imaginar. Será que não haveria animais em idêntica situação em Petrópolis, Nova Friburgo e outros lugares próximos?

Essa tragédia trouxe-me à lembrança uma história verídica ocorrida no Japão. Já fizeram dois filmes sobre ela. Um japonês, bem antigo. E uma versão americana, com Richard Gere (Sempre ao seu lado). Se for emotiva não a assista. É difícil conter as lágrimas.

Um cão de raça Akita, chamado Hachiko, acompanhava seu dono, professor universitário, todos os dias à estação de trem, em Shibuya. Quando ele retornava, o cão o esperava em frente à estação. Os dois voltavam juntos para casa.

Um dia o professor faleceu na faculdade. O cão ficou esperando seu retorno por horas a fio, por dias, por meses. Os moradores próximos o alimentavam e cuidavam dele. E assim foi por dez anos até que em 8.3.35, ele não apareceu mais. Encontraram-no morto. Foi empalhado e pode ser visto no Museu da História Natural de Ueno.

Ergueu-se também uma estátua em homenagem à sua lealdade. A original de bronze foi derretida durante a guerra. A atual foi feita a partir do molde da antiga.

No dia 8 de abril de cada ano, acontece cerimônia na estação. São centenas de simpatizantes de cães da raça Akita que se reúnem em homenagem à lealdade e à devoção do Hachiko.

Yoshikuni
Enviado por Yoshikuni em 22/01/2011
Código do texto: T2745455