Um texto sem a letra A
Eis-me neste momento com um objetivo meio incomum, que é o feito de concluir este texto sem servir-me do uso do símbolo fonético que precede o “b” neste conjunto de vinte e seis símbolos desse nosso português. Espero que dê tudo certo. Veremos o que se sucede.
Pelo que sei e pesquisei, de modo nenhum este é um exercício novo. Um bom número de outros escritores, de ontem e de hoje, o fez com muito gosto e esmero, sem impedimento nenhum. E creio que eles devem ter se divertido muito com isso, sim. E mesmo um escritor novo, como eu, pode correr o risco de prosseguir com esse empreendimento sem medo, que é certo que um exercício deste porte só pode ter como fim, no mínimo, o divertimento e o enriquecimento de nosso discurso. Isso sem dizer do orgulho próprio.
E olhe você que estou conseguindo escrever com sucesso, sem nenhum deslize; bom, pelo menos é o que eu noto. Pois, seguindo neste percurso, continuemos sem receio. E logo vejo o que o leitor com o mesmo tino percebeu desde o começo, que este escrito cheio de “is” e de “os” de modo nenhum é difícil, pois nosso português é bem rico e imenso de opções. E com esse instrumento excelente que é o nosso belo português, posso escrever versos, contos, discursos, e inclusive livros.
Deste modo, sem temer o desvio do meu objetivo de início, posso sugerir o perigo de um chiste, por exemplo. Ei-lo: “O que é um pontinho verde no meio do polo sul? É um pingreen”. He, He. Reitero que se o leitor quiser rir desse dito, lembre-se de que o uso do Ho, ho, ou Hi, hi ou Hu, hu é permitido. Contudo, o riso que se utilize do símbolo fonético proibido neste projeto, nem em sonho. Esperem eu concluir este escrito. Depois, tudo bem.
Por último, quero dizer que estou muito feliz, quer por sorte, quer por um pouco de estudo, pelo fim deste texto que me serviu de exercício e deleite de intelecto. E melhor, sinto-me livre! Enfim concluí meu intuito...!
No futuro, pretendo redigir um texto inteiro sem o “o” idem. Deve ser bem difícil; porém, de modo nenhum impossível. Como é bom dizer sempre: Se Deus quiser, conseguirei.
Por conseguinte, humildemente despeço-me e me sinto reconhecido pelo tempo que vocês têm escolhido em ler-me.
Quem vos escreveu foi este escritor,
Vitor Junior