Rir, sem dúvida é o melhor remédio!
A sua gargalhada e da sua filha se faz ouvir a distância, inconfundível! Procuro pelo riso para encontrá-las. Aprendi a amá-las pela alegria, coragem, dinamismo, força, enfim, conseguem da pedra, ou melhor, do infortúnio tirar a alegria.
A vida de Lilian foi marcada pelo relacionamento conturbado ao lado do marido. Os primeiros anos do casamento foram para o casal motivo de alegria, através sos nascimentos das duas filhas e pelos constrangimentos sofridos por Lilian pelos ciúmes exagerados do marido. O tempo, só fez as coisas complicarem ainda mais, o homem começou a beber e a partir deste momento tudo piorou.
Todos os bens foram dilapidados com o vício da bebida. Lilian arregaçou as mangas e virou o homem da casa. Trabalhou e deste modo educou as filhas. Separação? Umas, duas, três, bem, ela perdeu a conta das vezes que tentou separar e não conseguiu. O maior motivo era a insegurança e o medo da violência do marido.
O tempo implacável mais a soma da bebida tornaram a saúde do homem; debilitada. Internações constantes demandavam dinheiro e deste modo Lilian precisou trabalhar dobrado. Quando sóbrio o marido dormia e comia feito um capado, além disso, o ciúme o perseguia.
Certa noite de verão, mãe e filha se encontram em um hipermercado fazendo compras. Lílian corre ao meu encontro e lhe pergunto como estão todos na sua casa. Uma gargalhada se faz ouvir e, ela completa que está bem, mas, que o marido está na pior, já há uma semana na UTI e confessa com o seu riso espontâneo.”Sabe, desta vez ele não escapa!”
Fiquei alguns dias fora da cidade, e, assim que voltei telefono para Lilian.
“Lilian quero me desculpar por não ter ido ao velório do seu marido.”
A gargalhada inconfundível se faz ouvir do outro lado da linha.
“Amiga o defunto está mais vivo do que nunca! Ele já está em casa aprontando de novo! Eita homem duro de morrer!”
Desligo me desculpando pelo fora e ouço ainda a sua gargalhada.