DESRESPEITO. O HOMEM ESPIRITUAL..
Ninguém verdadeiramente espiritual atua ou se manifesta para causar boa impressão ou alcançar prestígio. É fácil distinguir quem busca prestígio e não espiritualidade, primeiro nunca o teve, seu fim não é a espiritualidade ou passar caminhos para seu encontro, não tem essa grandeza, mesmo religiosos.
Quem ensina vive de ensinar seja qual for sua atividade, é meta por ser missão, não lhe pertence, pertence aos poucos que querem ouvir o que tem a manifestar para multiplicar o que ouviram. Quem ensina com correção é ouvido.
Não o faz por reconhecimento, mas por obrigação. A escola deve ser Jesus Cristo que não perseguiu reconhecimento nem prestígio, mas entendimento entre os homens e espiritualidade nesse encontro, enfim, amor.
Não foi profeta o Cristo, nada profetizou, somente ensinou, a insciência o aponta como profeta. Os profetas escreveram e entraram em embate, dissentiram em previsões, Cristo nada profetizou, não era vaticinador, vidente, disse Quem Era e a que veio, e só ensinou sem nada escrever, e ensinou o “amai uns aos outros”, quando mesmo irmãos não são amados, restam largados e abandonados, pais desdenhados, antipatizados, julgados, as mães por interesse por vezes, como refúgio, aceitas, e o próximo, coitado, ignorado.
Nesse plano, espiritual, se preciso for o homem espiritualizado ficará sozinho contra o mundo, firme em suas posições, sem preocupar-se com o que pensam dele. Normalmente absorve ofensas e, se reage, por forte que é, o faz didaticamente, se opondo às ofensas que se alastram no mundo de toda a ordem, da ingratidão à injustiça.
Incorpora a não-resistência no ensinamento até o limite do desrespeito, esse é o objetivo, ensinar desarmando palavras e gestos contrários ao Cristo e seus propósitos. Mas acima de tudo recusa a mentira e o mal, neste incluído no "caput", o desrespeito, a isso reage fortemente.
Essa inconformação com tal estado de coisas gera revide do qual deve se afastar para integralmente se doar à espiritualidade, sem o que irá desconhecê-la em profundidade. Não é um despojado, vive uma vida comum. Saboreia, contudo, o que poucos atingem, é plenitude de virtudes por assim ter nascido, sendo sua vida pura correção, nada devendo à sua consciência nem a ninguém como ato contrário à Lei Moral. Se algum dia dívida houve a remissão devida apagou. Silenciar com o desrespeito é gerar divídas à sua consciência.
Aos poucos chega ao ponto mais alto da jornada, onde nada mais ouve que o afete, compreende a fragilidade de todos e absolve o malfeito que a si podem tentar fazer; jornada difícil. Devolve o desrespeito com o conhecimento, nunca com o abuso do conhecimento, ou com o próprio desrespeito.
A paz da posse espiritual que desfruta não é o silêncio das sepulturas, configura uma alegria suprema vivida permanentemente, banhada pela correção absoluta, sem nenhuma cisão da linearidade permanente, onde o prestígio e galas sempre recusados foram substituídos pelos valores vividos que se acercam e refluem como ondas do mar na praia de transparentes águas e brancas areias de sua vida. Mas nunca aceitará o desrespeito e a irresponsabilidade dos que acham que são mais do que os outros, os deficientes da razão. A eles há de mostrar como se deve conduzir um ser humano.