ATOR SOCIAL (SÓ OS HIPÓCRITAS SÃO LIVRES PORQUE SE ESCONDEM NO PERSONAGEM QUE QUISER)
Por Claudeci Ferreira de Andrade
Meu segredo de viver razoavelmente bem no Sistema Educacional, por tantos longos anos, onde há tantos desrespeitadores, os quais não conhecem o seu lugar e, em nome da "boa" educação, desestabilizam-me, é o fingimento. Sou o melhor dos hipócritas, só assim me sinto livre porque posso me esconder no personagem que eu quiser. A falsidade é minha arma não violenta, os meus companheiros merecem pior, mesmo ela sendo eficaz contra os maldosos que vivem tão perto de mim, e eles insistindo em disfarçar como tais amigos conselheiros, também me calejam, e ela, mais uma vez, torna-me invisível. Sendo assim, espero encontrar maiores glórias por ser praticante do pensamento socrático. "O caminho mais grandioso para viver com honra neste mundo é ser a pessoa que fingimos ser." (Sócrates). O que come condena os que também comem para sobrar mais para ele!
O Albert Einstein estava com toda a razão quando disse: “Educação é aquilo que fica depois que você esquece o que a escola ensinou”. (Pensamento adotado como lema da 2ª Jornada Pedagógica-Ensino Aprendizagens da Secretaria da Educação de Senador Canedo-Goiás, 2011). Será se ele me reforça a ideia que o conforto real se pode achar na falsidade? Enfatiza Oscar Wilde: "A educação é uma coisa admirável, mas é bom recordar que nada do que vale a pena saber pode ser ensinado." Immanuel Kant salienta, dizendo sobre a escola ser um equívoco mascarada de generosidade: "É por isso que se mandam as crianças à escola: não tanto para que aprendam alguma coisa, mas para que se habituem a estar calmas e sentadas e a cumprir escrupulosamente o que se lhes ordena, de modo que depois não pensem mesmo que têm de pôr em prática as suas ideias." Atualmente, mandam-nas para comer e brincar!
Foi dolorido descobrir nos "bons" coordenadores pedagógicos deste sistema equivocado, também, o dom da hipocrisia. Senti ciúmes! Quem maltrata os professores que ensinam com o livro didático em mãos, é o mesmo conquistador de aluno que não gosta de livro, tachando-nos de antiquados e despreparados. Os livros são mascaras usadas por atores de documentários, porque são relembradores e na ausência deles, as pessoa vendem apenas plágios. Os livros não podem ser hipócritas, são sempre o que são. Por isso, aos poucos serão banidos da escola, pelo menos os alunos já não trazem os que ganharam do governo. Talvez, seremos obrigados a trabalhar, num futuro bem próximo, só com texto de “autor desconhecido”. Aqueles, nossos críticos, zombam de nós por ter um livro em mãos na hora da aula, estão nos pedindo para ser hipócritas, e fingir ser dono do pensamento expressado. Mas, quando com o livro, sou o produto do livro e sem o livro sou o subproduto dele.
Os incompetentes escolhem pessoas reais, das quais não gostam, para culpá-las pelos seus fracassos. Quando me sinto cercado de incompetentes, torno-me um deles, a contaminação é inevitável, ou melhor, escolho um personagem para me camuflar! Desse modo, a água se suja quando limpa. "Nunca sabemos quando somos sinceros. Talvez nunca o sejamos. E mesmo que sejamos sinceros hoje, amanhã podemos sê-lo por coisa contrária". (Fernando Pessoa). As máscaras que uso formoseiam-me feliz demais, distanciando-me da morte à seu ver; pois o falecimento é o único estado real e permanente de nossa existência, ou pelo menos, a realidade do nada, ou ainda a mascara final. E se me escravizam, fazem-no a um personagem! E se me perguntam quem sou, digo que sou apenas mais um personagem: O palhaço que se mascara quando tira a máscara, "liso que nem quiabo"! Então eu concordo com Aline França: "Passado o carnaval todos colocam as máscaras..."