Solidão (In: Textos sem verbo)
No coração, só solidão. De tempo em tempo, uma palavra de tortura à mente: saudade. E então, inesperadamente, uma ponta de alegria mais uma vez. Mas só uma ponta, breve e passageira. Seus pensamentos em um passado de paixões, e no chão, as cartas e as poesias de um tempo bom, já distante. Uma distância tão sufocante, que quase insuportável, mas ainda sim, uma lembrança de um tempo bom. Para ela, nada mais de promessas, nada mais de calor. Ah, sem ele, sem aquela mão amiga, aquele ombro confortante, só o frio da desilusão, e os sentimentos profundos de insegurança e desconforto. E a chuva. Então, de repente, sem mais nem menos, uma pergunta: Por que tudo aquilo? Sem resposta. Não qualquer resposta, mas a resposta de esperança, a resposta dela e dele. Mas que aperto no coração agora vazio! Então, pela janela, só a chuva.