QUEM ESCREVE DESPRIMOROSAMENTE?

É um contraponto ao que escrevi anteriormente.

Primeiro e principalmente quem desconhece o verbo respeitar escreve desprimorosamente e, desconhecendo o que significa respeito, caminha por todas as estradas da insciência, percorre todas as veredas da ausência de conhecimento mínimo das regras de convivência, e como um primevo não usa a cabeça, mas o retardo com que veio ao mundo para ser desprimoroso, e funde suas ideias quando as têm no que há de pior, um caldo de costumes azedo de sabor féleo, revelando sempre seres complexados e comprometidos com suas entranhas maledicentes, pensadas inteligentes, mas botas, trêfegas, trópegas, mancas, coxas, com vísceras das limitações expostas, pois a inteligência curta não consegue escondê-las do fosso que afloraram.

Por vezes, diante desse flagrante aleijão constitucional que detêm, se adjetivam com propriedade na idiotia, reconhecem seus limites, e desconhecendo leis acham que podem agredir sem pagar e por vezes esbarram nas traves que desconheciam, e amargam esse desconhecimento que o convívio impõe quando apenados civil e criminalmente a mostrar seu desprimor.

Muito se vê desse escrever desprimoroso na internet.

Certa vez, disso há enorme testemunho, comentando profissionalmente o caso Nardoni, alguns internautas se inclinaram por defender os acusados sentenciados, e passaram a me cobrar explicações do que vinha afirmando profissionalmente e findou como antecedentemente previa em minha ótica de mais de quarenta anos de profissão, inclusive a dosagem da pena dos acusados. Dava pacientemente explicações técnicas, difícil tarefa para quem desconhece a seara recepcionar. Mas tive a paciência que cultivo sempre.

Com toda a tolerância, o desrespeito, o desprimor, pois isso era escrever “desprimorosamente”, começou a surgir ofensa, primeiramente mais de uma vez respondi tecnicamente as razões que expendia, da segunda vez, surgiram increpações que tangenciaram pelo desrespeito ofendendo claramente, fato definido na lei penal como crime. Respondi então aos “perguntadores” que deveriam ler artigo meu de doutrina, no site do Recanto, sob o título “Delitos Contra A Honra”. Se calaram.

O biombo da internet não tem capacidade de esconder ninguém da justiça, os não ignaros sabem.

A insciência desconhece limites, embora a lei não autorize o desconhecimento, a ignorância, ao contrário. Diz a lei não ser possível alegar ignorância da mesma para fugir, escapar de sua coerção. A livre expressão constitucional tem limites. Na Europa, desde cedo, as crianças aprendem nas primeiras letras que a manifestação há de ser responsável. No Brasil, pensa-se que tudo é possível dizer, pior, de forma grafada que corrobora prova material-formal, sem que nada aconteça.

Vejo isso a correr os vastos campos de espaço proporcionado pela internet. A cybercultura, se assim podemos enquadrar a cultura ventilada da internet, não foge às barreiras da legalidade no exercício do convívio normatizado. Vejo multiplicada essa insciência franqueada aos de inteligência reduzida quanto às suas manifestações, isto em volume assustador. O escrever “desprimorosamente”....

Os tribunais têm sido acionados com frequência por esse desprimor encontrável na internet e, as penas tem sido educativas e abrangentes. Escrever com desprimor é faltar com os parâmetros de civilidade, para e, ao menos, conter-se nos princípios de convivência educacional mínimos, tendo o cuidado de não ultrapassar os limites do razoável e cair nos braços da ofensa, sempre perigosa e motivadora de reaçõe justificadas nos tribunais.

Escrever com responsabilidade deve ser o objetivo, nunca “desprimorosamente”, com ofensas somadas muitas vezes.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 19/01/2011
Reeditado em 19/01/2011
Código do texto: T2739170
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