O Poeta e a Revolta
Há alguns dias atrás, eu estava pesquisando na internet, sobre literatura, quando encontrei um poeta, que se dizia injustiçado . Ele estava revoltado ( poeta revoltado). Esse poeta acusava o Recanto das Letras de não ser mais o mesmo. Transformara-se em algo comum, onde prevalecia a propagação do cristianismo. Havia muitos escritores- poetas- fazendo apologia a fé cristã. Não havia mais espaço para a poesia verdadeira. Na opinião dele, poeta tem que falar do mal. De um mal poético, existencial. Porque o cristianismo também era um mal, um mal real. Eu me senti um pouco culpado pela inquietação desse artista. Não quero contribuir de forma negativa para a divulgação da arte. A arte poética. Isso se deve ao fato de eu ter escritos poemas, crônicas, ressaltando a minha fé de menino. Aquilo que a psicanálise chama de a primeira infância . E segundo esses estudos teóricos, é nessa fase que começa a formação do adulto. E esse meu comportamento, na idade adulta, é uma espécie de retorno a um período da vida onde o sonho prevalece. E o sonho é algo fundamental na personalidade daquelas criaturas dominadas pela esperança e ingenuidade. Deixando de lado, Freud, e voltando ao universo poético. Realmente é difícil conceber um poeta sem revolta. Camões – o cânone da língua portuguesa- fez versos destacando os seus sofrimentos e a incompreensão da existência deles. Bocage criticou a vida, com o seu jeito irônico. Vejam esses versos: “ consta-se que foi um médico que inventou a guilhotina / deu rapidez à morte/ Mostrou saber medicina ”. E tantos outros ” poetas”. Ou praticamente, todos, os bons poetas foram revoltados ou revoltosos. Há um caso que acho muito interessante. Cecília Meireles.Ela fazia poemas cristãos e fazia poemas cheio de revolta. Acredito que seja uma redundância falar de Rimbaud, Baudelaire... Sei lá. Bandeira, Drummont... Indo mais longe, Dostoievski, Shakespeare... Bom, é melhor que os leiamos em silêncio. Seria uma maneira segura de não deixar que os outros percebam o apreço que temos pela poesia. A poesia que não possui um compromisso definido com qualquer regra que essa sociedade estabeleceu. O poeta, talvez, nem esteja convicto do que ele diz. O importante é que haja beleza no que diz.