A arte de pensar
         
Águida Hettwer
 

 
     Nas entrelinhas de toda autenticidade, aprende-se a salgar verdades e adoçar mentiras. Viver é ver além do superficialismo aprumado. Chegar sem avisar em uma casa, onde a sala está desarrumada. As coisas não estão cem por cento intactas, nos moveis há marcas e manchas, pois ali, pessoas, “brincam e são felizes”.
 
     O sucesso de um aplicado aluno depende da atenção que ele dispõe quando o mestre está explicando o conteúdo. Assim é na vida. Quanto tempo é dedicado para contemplar o belo, o simples e o singelo da vida. O grande mestre nos presenteou com um mundo maravilhoso de cores vibrantes, formas, espessuras e cheiros. No entanto, desprezamos a natureza, poluímos os rios, matamos a flora e a fauna, e corrompemos o primordial da alma humana, o amor.
 
    Quem ama, não mata, não fere. O amor liberta, entretanto reclama pra si, não trata com indiferença. Quem hasteia esta bandeira no território do coração, torna-se dependente deste “elixir da vida”, o amor. Aficionados nesta substância estimulante nos permitem experimentar as mais sublimes emoções e prazeres.
 
     O ser humano feliz é aquele, que não vive na paranóia de ser o numero um em tudo, se aceita esteticamente, cuida da saúde, lê bons livros, mantêm-se bem informado com o que acontece no mundo, admite fraquezas e faz dessas fraquezas o seu porto para se superar e lidar com as intempéries. Nas engrenagens da mente humana, há pensamento crítico, não somos marionetes do sistema e com a maturidade aprendemos à arte de pensar.
  
        E pensando, aprimoramos conhecimento, com sabedoria distinguimos o que está ao nosso redor com clareza de ideias. Pessoas, não devem ter influencia maior do que a nossa capacidade de raciocinar.
 
 
        
                                                                18.01.2011