Escrever ou pintar
Escrever ou pintar.
Clemente foi ao museu do colégio.
Lugar que lhe causava forte atração pela beleza e grande quantidade de obras expostas.
Quadros estilos clássicos, neoclássicos, modernos, inúmeras, escolas e pintores.
Obras antigas doadas por famílias tradicionais de diversos países.
Lembrou do caso que o velho artista lhe contara sobre pintar ou escrever.
Dissera que quando ainda muito jovem, gostava de pintar. Era seu grande sonho passar para as telas suas emoções, mensagens.
O poder da criação o fascinava.
Quando colocava uma tela virgem no cavalete, misturava as tintas na palheta e com pinceladas firmes, certeiras, criava o céu, o mar, um copo, uma garrafa, desde uma natureza morta até as belíssimas marinhas ou a face de Cristo ou dos anjos na arte sacra, tudo isto o inebriava e o elevava a condição de artista.
Mas como não podia viver de sonhos, resolveu se dedicar a sua função: Gerente de marketing.
Ele passou a escrever estratégias, técnicas de vendas, peças promocionais que lhe renderam prêmios e bons salários.
Para ele a folha de papel branca era vista como tela, as palavras como tinta, o teclado como pincéis onde descrevia lindas paisagens e fortes personagens cheios de vida.
Percebeu que através da escrita transmitia mensagens, emoções.
Que Deus se manifestava de várias formas, com a caneta ou com o pincel, com o papel ou com a tela.
Clemente caminhou até uma velha mesa isolada no canto do salão, tirou a manta que cobria a velha máquina de escrever, folhas de papel, uma palheta, pincéis e concluiu que para o velho, o importante, agora era pintar através da escrita de crônicas, contos ou peças promocionais. Isto o fazia feliz.
Clemente saiu do museu e foi caminhar pela grande avenida.