Todo mundo é azedo e doce

Todo mundo só faz aquilo que sente vontade, e quem disser ao contrário está mentindo para si mesmo.

Entrei no consultório no horário marcado e soube que o atendimento estava atrasado, paciente fui folhear uma revista, antiga, de 2008. Por razões que desconheço folheio sempre detrás para frente. É lá estava o artigo - Sem tempo, de Ivan Angelo, colunista na Revista Veja.

Assunto bastante atual, o texto fala da falta de tempo do homem e da mulher para investirem em seus relacionamentos amorosos. Inteligente, Ivan demonstra sua visão e ao mesmo tempo aponta pesquisas realizadas sobre paixões amorosas modernas, que duram no geral, por volta de dezoito meses.

Minha mente dinâmica quis logo aproveitar a leitura. Diante dela, impossível não reviver minhas tentativas amorosas nos últimos tempos. Eu querendo desenvolver uma relação com comprometimento, e a maioria dos homens ainda na fase “comichão”, mas não mais dos sete anos, mecionada no texto, e sim das fugazes ficadinhas casuais-sexuais, tão descompromissadas.

O autor fala no texto, que não acontece só com os homens, que algumas moças também não têm tempo para o amor dedicado, para desenvolver e compartilhar intimidade.

Tudo tão acelerado, até o querer humano muda de ritmo e o relacionamento se esgota antes mesmo de ser desenvolvido. Chega a hora de “dar um tempo”. E talvez, lá se vai a pessoa da sua vida. Nesse ritmo de relacionamentos velozes algumas pessoas “dão o que não têm: Tempo.”

É de fato não ter tempo para desenvolver um relacionamento impede seguir adiante. Hoje em dia é ‘comum’ uma pessoa deixar de querer se relacionar com a outra, que segundos queria muito, só olhar para o lado, reparar outra pessoa que lhe chame mais a atenção. Seja pela aparência física, seja pela conversa boa. Seja pelo simples desejo de ‘consumo’ ou pelo carro bacana... Tudo é possível de atração, mas nada estável, nem duradouro.

Azedo e doce todos são, uns mais, outros menos, e relacionamento dá trabalho mesmo! E enquanto vida existir, as pessoas continuarão a fazer o que sentem vontade. Por isso, alguns ‘convivem’ por muito tempo, e o que é novo, velho se tornará, e ai... Bem, ai é outro tema para comentar, quem sabe outro dia, em outra leitura dinâmica. Agora estão me chamando para consulta. Lá vou eu!

Cássia Nascimento
Enviado por Cássia Nascimento em 17/01/2011
Reeditado em 10/07/2013
Código do texto: T2735176
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