mangueiras
Certo dia voltando da escola ,sentada no ponto de ônibus,me deparei com uma cena simples mas que me chamou a atenção. Fiquei a observar duas crianças, dois meninos, um sentado no galho de uma árvore de mangas as “ mangueiras”,o outro a aparar as frutas enquanto outro jogava funcionava como um jogo,ao som da gargalhadas inocentes e infantis que era com esforço que eu tentava ouvir entre a “orquestra” de buzina e palavrões ... A cena acontecia em meio a corre-corre da vida adulta, pessoas se esbarrando sem ao menos se olhar para pedir desculpas, fedor inebriante das fumaças negras ..e eu tentando me concentrar apenas na cena...
Minutos depois o menino desceu da árvore... Com os bolsos cheio de mangas sorrindo com um ar de vitorioso! Os dois se olharam como cúmplices que eram e sentaram no meio-fio meio ao desprezo de toda gente que passava, um deles tirou um saco com pó branco deduzi que era sal, pois é comum em minha cidade se comer sal com manga verde, deduzi certo logo depois os dois começaram a comer as mangas entre uma gargalhada e outro um deles disse
- eu não disse que ia da certo!
Fiquei a analisar a cena... Dois “pingos” de gente colorindo uma cena em preto e branco ali sentados, os olhos e sorrisos falavam por si só,aquele momento por mas simples e pequeno que fosse era feliz... Não se necessitava de mais nada além das mangas e a companhia. No término das frutas os dois se levantaram e saíram caminhando em meio a multidão ate eu não avistá-los mais.
Imaginei se um dia aqueles dois garotos já adultos se lembrariam daquele dia, pois com as ocupações da vida adulta,o tempo corrido,esse momento se perdera no emaranhado de preocupações,depressões..será colocado na “gaveta” de banalidades ... Por que os “ pequenos momentos’ são muitas vezes considerados banais?
Por que damos tanta importância aos problemas, as tristezas, aos lamentos e esquecemos o que é realmente bom e importante?
Mas naquele dia apesar de ter apenas observado o que aconteceu ,percebi que a tão “desejada” felicidade nos da a honra de sua presença,nos momentos tão simples e pequenos que não damos o devido valor.