É só olhar para os lados
Às vezes a vontade de desistir de tudo é tão grande, mesmo depois de percebermos que o destino está em nossas mãos. Muitas vezes, principalmente depois de ter esta consciência e olhar para trás e percebermos que fizemos tudo errado.
De repente é mais fácil desistir a ter que recomeçar, olhar com humildade para todos que nos rodeiam, que, via de regra, não são melhores que nós, mas que adoram em nossa direção apontar o dedo e nos julgar, e assumir que temos que mudar de direção.
A cada dia seja talvez necessário recomeçar, diante de nossa imperfeição. A cada dia talvez descubramos que não somos ainda aquilo que acreditávamos ser ou que gostaríamos de ser.
Mas a cada amanhecer, a Vida que a ninguém julga, privilegia, pretere, apenas ama e por isto mesmo dá a cada um segundo as suas obras, através de sua lei de ação e reação, oferece a oportunidade necessária para o devido recomeço.
Desistir ou continuar depende de cada um de nós. Aceitar a sugestão daqueles que olham para fora e esquecem de inspecionar seu mundo íntimo, ou daqueles, ainda raros, mas que por já se conhecerem na sua essência, aceitam cada um como cada um é, é uma escolha que nos pertence.
As conseqüências destas escolhas, não é excessivo lembrar, haja vista não ser algo habitual se pensar nas conseqüências antes que elas já sejam fatos consumados, são também para cada um segundo suas escolhas.
Esta viagem vista deste ponto de vista é realmente solitária, já que ninguém vai poder fazer por você aquilo que lhe proporcionará alegria ou tristeza íntimas, proporcionadas pela consciência do dever cumprido ou não.
Ninguém vai poder viver as experiências necessárias ao seu crescimento espiritual. Tirar suas algemas da ignorância ou criar suas asas que podem fazer você voar até a felicidade.
É tudo questão de escolha, e cabe a cada um de nós fazê-las. Mas basta olhar para os lados, onde tanta dor existe e tantas almas resignadas falando de Deus, mesmo em meio de tanta tragédia, mesmo tendo perdido suas casas e tendo sido apartados pela ilusória morte de seus entes mais caros, para sintamos vergonha de em algum momento termos sentido pena de nós mesmos.