SIM,FAREI PEDAGOGIA

O nome do cavalheiro não me lembro.Possivelmente nem fomos devidamente apresentados,mas seguindo o manual de boas maneiras,uma puxada de conversa,seria bem vista.Então perguntou se ambas,minha amiga e eu,havíamos prestado para enfermagem.Imediatamente respondi que não.Indagando interpelou-me sobre o verdadeiro curso.Firmemente já imaginando uma reação,dei continuidade ao diálogo dizendo que faria Pedagogia.

De fato,Pedagogia não era o que eu realmente gostaria de fazer,porém este é um curso que admiro,e respeito.Ao ponto de orgulhar-me em poder ser um profissional da área.Por tal motivo a opinião daquele homem de indignou profundamente.

E o que ele pensava?

Bom,Pedagogia é mais fácil...Foi o que disse.Logo assimilei dados e disse: Vai nessa!

Dados: São 180 para 732 candidatos.No primeiro dia de prova 10 questões+redação,no segundo:conhecimentos gerais e no terceiro:história,geografia e matemática.

Querem saber de enfermagem? Pois bem...

80 vagas,278 candidatos(+/-).Os dois primeiros dias de prova são iguais para todos.E o terceiro,será química e biologia.

Concorrentes em pedagogia é

as matérias são bem abrangentes,não basta dominar bem uma área apenas...

Ao fim de tudo,sempre analiso as possibilidades como sendo praticamente as mesmas.

Sem muito constrangimento,ele se dirigiu a mim com a afirmação de que a profissão é importante porém que órgãos competentes,autoridades não valorizam devidamente.Que o pedagogo deveria desenvolver métodos de aprendizagem eficazes,para diversas áreas e o que faziam de fato,era dar aulas para crianças de 4 anos e maternal.Algo altamente pejorativo.Dando a entender que essa era uma função miserável,insignificante,sem valor comercial ou pessoal.

Ao ouvir tudo isso,sem pensar muito,deixei escapar...

–Ah,mais isso é muito fácil,não é mesmo?

Pensei também que se a criança no maternal em questão,fosse seu filho.Haveria de querer um bom profissional para sua educação,não?

Um completo babaca,foi a conclusão que tirei.Homem de generalizações impetuosas e incomprovadas.De preconceitos explícitos e machismo sufocante...

E ele está errado?

Não de todo,o estereótipo da profissão é esse.Nesse ramo ganhasse menos do que se deveria,não se é devidamente valorizado,são vastas as dificuldades,etc...

Contudo não apenas governos desvalorizam os pedagogos.

Ele foi o primeiro a subestimar o os candidatos,ou ainda pior os profissionais.

Pensei em questionar,mas acabei desistindo,logo percebi o “tipo” de gente que era.Uma pessoa que gosta de ser reconhecida.Pelo menos 4 cursos universitários,economia,análise de sistema,(bla,bla,bla...).Que quer remuneração e de repente,despertar a inveja das pessoas.

Que por ideologia barata e fraqueza de espírito,não faria os cursos mais desafiadores.

Estava mais do que claro que pensávamos de formas opostas,e meu interesse não era gerar conflitos com um recém conhecido e brevemente esquecido.Até porque eu também era visita,diferente dele sabia o meu lugar,e ainda restava-me o mínimo de respeito para com os mais velhos.

Mas a mim impressionaria muito mais se no fim,ou meio daquela lista de cursos,citasse algo feito essencialmente por prazer e/ou vocação,ao invés (apenas) destes a que se referiu, motivados por retorno financeiro e nada mais.

Depois de passar por essa pacificamente,se tratando de mim,uma pessoa com gênio difícil e fama de ignorante,explosiva,etc.No mínimo provei que tenho auto controle,e muita resignação.Acho que não estou,de todo,na carreira errada.

Obs: Apenar do título sugestivo,não creio que farei Pedagogia,ao menos não por ora.Numa auto avaliação constatei que meu desempenho na Fuvest não foi bom o suficiente.Tenho certeza que existem pessoas mais preparadas e capacitadas que eu,por isso não seria nem justo e conseguir uma daquelas vagas.

Robroy
Enviado por Robroy em 13/01/2011
Reeditado em 31/01/2011
Código do texto: T2726944