PRANTO DA TERRA
Antes de começar quero dizer que não escrevo esperando aprovação, escrevo porque sinto, e expresso meus sentimentos a partir do que conheço, portanto, agradeço sua visita e se não lhe agradar dispenso seu comentário! Abraços Fraternos.
O que são essas águas?
São lágrimas de desespero, é o eco derradeiro do grito de socorro que a Terra agonizando lança de si. Movimento involuntário que todo ser vivo ao sofrer agressão dispara. Um sistema de defesa, instinto primitivo de autopreservação...
Nós humanos assistimos assustados em nossas casas, pelas televisões, uma catástrofe atrás da outra. E creio que no fundo todos têm a mesma pergunta silenciosa e incógnita: chegará a minha vez...?...
Eu me pergunto, e com tristeza lamento, assistido ainda em conforto, essas tragédias que assolam a efêmera e fútil sensação de poder e conforto da nossa equivocada humanidade que percebe vagamente que toda modernidade e tecnologia. Que toda a riqueza não é suficiente para arcar, e mais barrar as consequências do abuso e violência que há séculos a Terra vem sofrendo.
O que são essas águas?
O estudo dos metereologistas e seus gráficos dizem que toda a umidade da Região Amazônica se desloca principalmente para a Região Sudeste, porém as chuvas castigam o Brasil todo...
Segundo um engenheiro que estuda há anos a drenagem urbana de São Paulo, avalia que se o governo começasse agora a construir um sistema, pois não existe nem projeto pra esse fim, levaria quarenta anos para minimizar as enchentes inevitáveis na capital e entorno. E que mesmo assim São Paulo sempre sofrerá enchentes, pois foi plantada em solo alagado...
Hoje vemos perplexos o drama vivido na Região Serrana do Rio de Janeiro, condomínios de luxo, periferia pobre tudo debaixo de uma enxurrada causada por uma noite inteira de chuvas fortes uma tromba d’água que em horas destruiu o que homens levaram uma vida para construir... E as previsões metereológicas são terríveis, mais chuva sobre o Sudeste.
O que são essas águas?
Penso que o lamento da Terra, as fissuras abertas em sua crosta são feridas de extrema gravidade, que engolem carros de ultima geração, mansões, casebres, cidades inteiras, pessoas e seus sonhos...
E nesse choro de agonia dá seu último aviso: Estou morrendo! E seu pranto se expressa por toda a Terra, nas nevascas avassaladoras como foi a de Nova York nesse início de ano, a quinta maior nevasca da sua história, e todos vimos como aquela cidade tão ‘in’ ficou... Dizem que tudo isso é por causa do efeito estufa... aquecimento global... chuva acida... tudo conseqüência da nossa pobre humanidade enlouquecida!
O que são essas águas?
Um grito profundo de Gaya, que nos acolhe a milênios em seu seio, e que há séculos vem sofrendo com as loucuras dos seres humanos, que na sua arrogância não se sentem parte dela. Seu pranto desesperado, e a meu ver derradeiro, por que não agüenta mais! E está varrendo de seu colo abundante nossa promiscua invasão. Talvez a sua força vital, instinto primordial de preservação da vida tenha despertado frente aos nossos olhos e nossa vaidade cega não nos permitiu enxergar.
Instinto feroz que pode nos destruir antes que o façamos... Se não mudarmos o curso da história, desapareceremos para que soberana a VIDA possa continuar no planeta Terra.
Observação: Quando me refiro a Gaya, penso na hipótese de Gaya de James Lovelock, também denominada como Teoria de Gaia, tese que sustenta que o planeta Terra funciona como um ser vivo, como um gigantesco ecossistema. A hipótese foi apresentada em 1969 e afirma que a biosfera do planeta é capaz de gerar, manter e regular as suas próprias condições do meio-ambiente.
Apesar das dificuldades de definição do que é a vida no mundo científico, esta teoria é uma forma de entender o meio onde estamos inseridos. A Terra é uma interação entre o vivo e o não-vivo.
O nome Gaia é uma homenagem à deusa grega Gaia, da Terra. Vista com descrédito pela comunidade científica internacional durante muito tempo, a Teoria de Gaia encontra simpatizantes entre grupos ecológicos, místicos e alguns investigadores e cientistas.
No entanto com o fenómeno do aquecimento global e a crise climática no mundo, a hipótese tem ganho, cada vez mais, credibilidade entre cientistas de todo o mundo. Em de 2006. Lovelock afirmou no "The Independent" que "o mundo já ultrapassou o ponto de não retorno quanto às mudanças climáticas e a civilização como a conhecemos dificilmente irá sobreviver".
fonte: http://uselessdesign.blogspot.com/ - by Rita