D.LEOPOLDINA - Parte II

Mesmo sabendo que, após proclamada a Independência do Brasil, jamais voltaria a pisar o solo europeu, Leopoldina não vacilou em envidar todos os esforços para que isso acontecesse. Essa atitude, que foi sua vitória política, foi também o início de seu calvário pessoal.

Em S.Paulo, Pedro conhece sua futura amante, Domitila de Castro, a quem deu o título de Marquesa de Santos. Apaixonado pela cortesã, passou a desprezar D.Leopoldina. Fez dela primeira dama da Imperatriz, obrigando-a a viver com a rival no Palácio. Segundo alguns autores, antes de viajar para o Rio Grande do Sul, devido a Guerra da Cisplatina, D.Pedro resolveu que o beija-mão à Regente seria acompanhado pela Marquesa de Santos, com o intuito de mostrar que eram boatos suas relações extraconjugais. D.Leopoldina se recusou e o Imperador arrastou-a pelo Palácio, agredindo-a com palavras e chutes. Deprimida e grávida pela nona vez, D.Leopoldina acabou abortando e teve a saúde profundamente abalada.

D. Pedro ficou mais de um mês longe do palácio, enquanto D.Leopoldina, prostrada ao leito, agonizava. Mesmo assim, ditou uma carta à irmã Maria Luísa, pedindo amparo aos filhos e dizendo que "por amor de um monstro sedutor me vejo reduzida ao estado da maior escravidão e totalmente esquecida do meu adorado".

Aos 29 anos, morria D. Leopoldina. Ao saber da morte daquela que tanto o amara, D.Pedro chorou (remorso?). O fato provocou grande comoção na população do Rio de Janeiro, principalmente entre os escravos que a soberana sempre protegera. A grande mulher amargou um marido infiel, mas conquistou o amor de um povo inteiro.

Leopoldina é um exemplo apenas, de tantas e tantas mulheres que tiveram importância fundamental nos fatos históricos. Muitas vezes, como é o caso da Imperatriz, mais do que os próprios homens. A História foi cruel com essas verdadeiras guerreiras, que ficaram no anonimato, mas deram sentido real a um antigo ditado (que, hoje, não tem mais consistência) de que "Atrás de um grande homem, sempre tem uma grande mulher". Como a História oficial foi escrita por homens, eles são sempre os heróis...

Giustina
Enviado por Giustina em 12/01/2011
Reeditado em 24/02/2014
Código do texto: T2725418
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