A "danada" da saudade
Falar de saudade requer tato, sendo assim, nem os maiores especialistas em comportamento humano a descrevem tão bem quanto os corações que a sentem. Isso porque saudade vai muito além de distância geográfica que, por maior que seja ela, e menores que sejam as condições financeiras, ainda assim há vários meios de encurtá-la.
Salve, salve a tecnologia!
Email, Telefone, Skype, MSN, Facebook, e indo um pouquinho além, até mesmo uma passagem de avião. Nada que um cartão de crédito não resolva, parcelinhas suaves, sem juros, quase que a perder de vista. Ufa!
Viu como existem muitos e muitos meios de dar um jeitinho nessa danada desta saudade?
Pois bem, mas e quando perdemos alguém muito querido, que jeitinho dar? Nenhum, né?!
É exatamente neste momento que passamos a conhecer o real significado desta palavra. Amor que fica? Sem dúvidas o é.
O coração é dilacerado e o vazio que se forma na alma é tão arrebatador que descrevê-lo seria impossível.
O ano anterior me mostrou isso. Logo no comecinho dele eu soube que aquela velha e repetida frase "Ano novo, vida nova", seria algo que faria parte de mim para sempre. De fato, agora, depois de uma perda irreparável e incalculável é mesmo vida "nova", mas se eu pudesse escolher, gostaria de viver no ano velho, antes de tudo isso acontecer.
Embora o tempo se encarregue de transformar choros incontidos em choros abafados e menos frequentes, a saudade só faz crescer e o fato de não falar todos os dias, não significa que você não se lembre. As lembranças vêm como flashes, quase que a todo momento, e é nessas horas que o coração fica apertadinho, e mesmo sangrando por dentro, é essencial manter-se de pé, porque infelizmente, a vida tem que seguir seu curso.
Não aprendi dizer adeus, e mesmo com os olhos afogados em lágrimas, naquele momento de profunda dor, sabia que o amor transpassaria qualquer barreira do desconhecido, e foi com essa certeza que disse: "vá em paz", porque posso não mais te ver, mas te sinto bem aqui.