Sobre livros e mazelas
Os mais vendidos. A boa notícia é que os jovens estão lendo mais: na lista dos livros mais vendidos constam seis livros voltados para o público adolescente. Se os livros são bons ou não, isso já é outros quinhentos. Penso que não faz diferença, a tendência de tudo é evoluir. Eu mesmo comecei a me interessar realmente por leitura com histórias em quadrinhos – aventuras de cowboys e heróis de outros tempos menos super: Capitão Marvel e Super Homem, Fantasma e Madrake. Seguidas das melosas fotonovelas italianas. A gente cresce e o gosto apura. Ainda boa notícia é que dois livros sobre a nossa História também estão na lista – 1808 e 1822 de Laurentino Gomes. O espanto é O Andar do Bêbado. Comprei porque achei o título lindo e não consegui ler – difícil para burro. Bem, é o que devo ser. Acabei repassando para o meu cunhado Doutor em Matemática que não me tendo em alta conta (no assunto, com razão) riu quando começou a ler, garantindo: Impossível você compreender isso. Por isso compreende-se a comprovação de que os acontecimentos no Universo são tão aleatórios quanto o andar de um bêbado: impossível de serem previstos. Não é o primeiro livro que se torna Best seller e que me provoca espanto: há alguns anos atrás foi Tudo o que é sólido se desmancha no ar (esqueci o nome do autor e estou com preguiça de ir à minha estante comprovar). São livros acima da média de compreensão do leitor comum e portanto não deveriam ser comprados pelo leitor comum. O que comprova – a maioria dos leitores compra influenciado pela propaganda. E mesmo eu que gosto de saber o que estou comprando para ler já comprei muita coisa equivocada. Gosto de ler as críticas de livros. Ainda agora acabo de me interessar por Alugo Palavras, de Miguel Sanches Neto, escritor paranaense. Com segundas intenções: Se ele é locador de palavras quem sabe eu não me torne sua locatária? Ando precisando. Desde que não cobre muito caro fico freguesa. Não tenho podido exercitar muito minha atividade preferida, que é ler. Desde meados de dezembro tive uma piora bem visível (ironia). Ler está muito difícil porque tenho que me afastar do objeto desejado para enxergá-lo. Não é nada agradável ler com o braço estendido a um metro dos olhos. Ler no computador está mais fácil, mas não é a mesma coisa. Sinto falta do cheiro do livro, do passar as páginas uma por uma e ir avançando até o final. De qualquer forma sabendo que é uma circunstância passageira, que tudo há de se ajeitar, as coisas vão fluindo com mais sossego.