A COBIÇA
A COBIÇA
Até onde vai a cobiça humana a procura de áreas próprias à construção?...
Aterra aqui, aterra ali e vai engolindo os seus córregos e mananciais.
Somente quem vive mais tempo e que vai lembrando-se do córrego dos Buritis, outros de menores lembranças também tiveram o mesmo fim.
Canalizadas as suas águas e esquece-se que os caminhos das águas pertencem a elas e um dia sem pedir licenças elas virão brabas reclamando o seu direito universal.
Como potáveis a muito foram descartadas e para amainar a sede, neutralizar a higiene, abrandar o calor e cumprir o papel de solvente, tem-se que se ir a outras plagas e trazê-las a alto custo a fim saciar a necessidade humana, cada vez mais sedenta.
Nem mesmo se fossemos preservar os mananciais eles não dariam conta do recado, pois cada vez somos mais e alternativas esgotam-se com por uma ou duas gerações...
A sede da ambição vai nos levar à sede de água.
Duas gerações, quanto muito uma já não mais estarei aqui para testemunhar a desdita da CIDADE DESAGUADA...
GOIANIA, 10 DE JANEIRO DE 2010.