Mas era nada

Já parou pra pensar que todo mundo vive com o nada?

É, sim, uma convivência involuntária.

“De nada.” ; “Não estou fazendo nada.” ; “Ah , nada não!” ; “Queria estar fazendo nada agora.” ; “Ele não é de nada.” ; “Nada!” .

Na-da. Se transforma até num verbo. Ar.

Queria ter o poder, agora, de escrever sobre um tudo que talvez não fosse esse nada. Tá entendendo? Ah, como minha expressão está mudando. Mudança. Mundo. Movimento.

Já escrevi isso antes.

Mas era nada.

Já quis deixar o mundo por não saber nada .

Já quis mudar o mundo por saber de tudo .

Já quis não ser o mundo por saber de tudo e nada .

Já quis ser o nada do mundo .

Já quis ser o tudo do mundo .

Já quis ser eu desfigurada entre tudos e nadas .

Mas era nada .

Já quis ser .

Já sou ?

Mariana Rufato
Enviado por Mariana Rufato em 11/01/2011
Reeditado em 22/05/2013
Código do texto: T2721629
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