Imagem: O Pensador - Auguste Rodin
Música: Allegro - Handel
Somos iguais ou somos diferentes?
No findar de 2010, um sobrinho de oito anos me fez essa pergunta: “tio, nós somos iguais ou somos diferentes?” Para ele, uma criança de oito anos, as fantasias estão ficando para trás e a realidade mansamente vem se aproximando, daí a curiosidade.
A estrutura biológica entre os humanos são iguais. Todos nós temos o sangue circulando, um aparelho digestório que recebe e processa os alimentos, um aparelho esquelético que sustenta e da forma ao corpo, cinco órgãos dos sentidos que nos fazem relacionar com meio e assim por diante. Salvo raras anomalias, todos os indivíduos possuem os mesmo órgãos e esses funcionam de maneira idêntica. Os animais, do ponto de vista biológico, são muito parecidos com os humanos.
Possuímos, na maioria das vezes, características iguais, como, por exemplo: necessidade de amar e ser amado; certos medos e angustias, aspirações de vencer na vida, momentos de tristezas e de alegrias e outras.
Carregamos conosco um patrimônio genético herdado de nossos pais e ancestrais. Apesar desse patrimônio genético, da estrutura biológica e de algumas características iguais, nós não somos cópias de ninguém e não geramos cópias.
O ser humano não faz parte do O Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. Ele é único. Essa unicidade confere ao ser humano grandeza, beleza, mediocridade e maldade.
A evolução, a espiritualidade, a moral e a ética são instrumentos que elevam a grandeza e a beleza do humano e o afasta da mediocridade e da maldade.
Por que somos diferentes? A resposta mais simples seria: porque somos únicos. E por que somos únicos? Somos únicos porque possuímos a capacidade de sonhar e de buscar. Os sonhos e as buscas dão dimensões de individualidade às pessoas.
Todos os humanos sonham, mas, a capacidade de buscar mecanismos para que os sonhos sejam realizados são diferentes. E as buscas mudam de acordo com a época que vivemos.
Na maioria das vezes, buscamos dinheiro, um instrumento de troca necessário para as nossas necessidades. Buscamos reconhecimento para nossos feitos, que se forem sinceros e se merecermos, não faz mal nenhum. Buscamos conhecimento para o nosso desenvolvimento. Até aí tudo mais ou menos igual. O que nos faz diferente é a maneira que buscamos tudo isso, como usamos as nossas conquistas e, principalmente, a busca de nós mesmo.
Ao contrário do que apregoava Karl Marx, em primeiro lugar, o ser humano é fruto da sua própria consciência e, em segundo lugar, ele é resultante da vida em sociedade. Somos movidos pelos sonhos e os sonhos são instrumentalizados pela vontade e pelo querer. Vontade e querer necessitam do crivo da moral e da ética. A moral e a ética não são mecanismos rígidos. Por isso, a busca de nós mesmo através do autoconhecimento, do auto-aperfeiçoamento é que, realmente, nos faz diferentes.
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