SE EU VER ALGUM FILHO FUMANDO, VAI ENGOLIR O CIGARRO!

Lêda Torre

Colinas, Maranhão, minha terra natal....Passaram-se os anos, mas esta é uma lembrança de adolescência, que vez e outra, sorrio bastante, ainda mais quando eu e a personagem principal desta crônica nos encontramos. Como éramos peraltas e sonsos....rsrsrsr....

Eu, acho que tinha meus doze anos, e minha prima uns dez, mas já fumava. Eu achava charmoso, alguém tragar elegantemente um cigarro, e queria um dia aprender, olha só que desejo, meu Deus! Pois bem, minha prima de quem falo, veio da capital, morar conosco lá em Colinas, pois sua mãe mudou-se para o andar de cima, com apenas 32 anos, no auge da mocidade, um infarto fulminante a fez mudar-se. Foi morar a tia Dalila, sua mãezinha, com o papai do céu. Ela ficaria conosco até seu pai vir buscá-la para morar com a família dele, lá em Fortaleza no Ceará.

Ivoneide, mesmo ainda tão novinha, a menina, já fumava alguns cigarrinhos, escondido, diga-se de passagem. Certa vez, quando minha mãe foi para o trabalho, lá pela tardinha, antes dela chegar, fomos para o quintal que era enorme, bem distante da casa onde ficamos, por trás de umas bananeiras, diz-se que escondidas para ninguém perceber a prima me ensinando a fumar e tragar, eu queria fazer igual a ela.

Tentei fumar, e nem cheguei a tentar tragar, quando de repente me engasguei, fiquei logo sem fôlego, pulava , pulava... já ficando vermelha, e ela "aperreada", louquinha da vida, sem saber o que fazer e, sobretudo, pra lá e pra cá...se sentindo muito culpada com a trágica "aula de cigarros"...rsrsrsr...foi pelo poder de Deus, que de repente a priminha deu um forte murro nas minhas costas, foi quando retomei o fôlego. Depois dali, fui ao banheiro, tomei banho, me perfumei, escovei os dentes e fiquei com um pouco de pasta na boca, salivando....pois o medo de "apanhar" era grande, mas, o de engolir um cigarro, caso minha rainha me encontrasse fumando...era bem maior! Deus me livre! eu, hein??!! engolir um cigarro, nem pensar!! mas toda essa péssima experiência, foi o bastante para que eu jamais fumasse, graças a Deus.

Quando minha mão chegou, nem percebeu nada, logo jantamos, arrumamos a cozinha, desconfiadas...todas assim...por fora...nem olhava pra mamãe...morrendo de medo dela perceber algo...e fomos brincar na nossa calçada, à "boquinha" da noite, para nos distrairmos mais.... ah, como tenho saudades daqueles tempos onde brincávamos todas as noites, o negócio melhor do mundo era brincarmos, como brincamos muito...hoje já não se tem uma infância mais como antigamente....a gente fazia das nossas estrepolias, mas o forte mesmo, era esquecer tudo e brincar...

_____São Luis, 10 de janeiro de 2011_______

Lêda Torre
Enviado por Lêda Torre em 10/01/2011
Reeditado em 23/06/2021
Código do texto: T2719789
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.