Na órbita do umbigo

Quando me for vou sair sem dó, com dor (sempre dói), que arde, pulsa, mas passa. Vou levar saudade, várias malas ocuparão minha memória, enquanto não posso levar todos esses pensamentos insanos. Deixá-los-ei pelas esquinas. Me vou pra algum lugar de ares límpidos, de falas mansas, olhares serenos. Não quero apenas sol, anseio ventanias e brisas. Quero becos e ruelas, esconderijos, rodas de samba e botequins. Vou sair do sofá, chegar ao penhasco e jogar-me. Lá em baixo haverá o quê? Flores e velas e cortejos? Pedras suicidas? Gôndolas e aplausos? As respostar terei quando novamente subir, se acaso for.