Nomes iguais
Encostei no balcão da loja e uma cliente que escolhia outra mercadoria comentou sobre o quanto era bom o artigo que examinava. Levantou os olhos e sem graça disse:
-“Desculpe, pensei que fosse a Ana”.
Como dizer a ela que eu era a Ana, sim, só que não a que ela esperava que fosse.
Consultando Google descobri que Ana é o segundo nome feminino mais popular no Brasil.
Em meados do século XX éramos Ana Maria, Ana Lúcia, Ana Cristina. Mais tarde, Ana Carolina, Ana Letícia, Ana Luíza. Mais recentemente Ana Júlia, Ana Laura e outras.
Nomes são para caracterizar e distinguir pessoas e não se sabe por que os pais e avós, e até algumas tias, insistem em nomes da moda, da novela, do filme, da top model. Sem falar dos nomes da outra geração de uma mesma família que em conversa tem que explicar de qual Izabel estão falando: avó, tia, ou prima.
Recentemente um pai disse para mim que estava escolhendo um nome que distinguisse seu filho que acabava de nascer: seria Gian. No mesmo dia saíram da maternidade três criancinhas com o mesmo nome “tão diferente”. Seria talvez de novela, ou fosse de onde fosse, ficou gravado na cabeça dos pais que se acharam originais dentro do mesmismo.
Reconheço que dar nome é difícil para não deixar a criança constrangida com um apelido “esquisitinho” ou com nome jurássico, mas não custa dar uma pesquisada para saber se o escolhido não é popular demais a ponto de fazer o filho se transformar num produto em série.