O futuro a mim pertence....
Hoje, depois de ouvir uma conversa de uma pessoa amiga, fiquei a refletir sobre certas atitudes que muitas vezes tomamos, ou por vontade, ou por falta de vontade mesmo. Ou seja, tem dias que não queremos ouvir nem a voz de nossa mãe, quanto mais a de um amigo.
Mas, eu parei, pensei e cheguei a uma conclusão.O meu amigo liga para mim e eu mando a minha empregada dizer que estou ocupado, ou que sai, ou que fui malhar, ou que estou dormindo...sei lá, quantas desculpas eu deixo nas mãos da pobre coitada.E ela, sem graça dá meu recado, enquando eu estou alí do lado sentadinho, ou lendo meu livro, ou vendo televisão. E quando a ligação acaba, ei me viro pra ela e pergunto: _Quem era?
E ela, cúmplice da minha mentirinha, diz, muitas vezes desapontada com meu comportamento, mas silenciosa pelo lado que lhe cabe _ "Era seu amigo...fulano de tal".
E eu na mais simples atitude, continuo lendo meu livrinho, vendo meu time perder, ou comendo meu saquinho de torradas light.
Mas, diante da conversa que vi entre duas pessoas na espera do atendimento com o gerente do banco, me pus um monte de culpas dentro de minha cabeça.
A conversa das duas pessoas girava em torno de que uma amiga de uma ligou, ela mandou dizer que não estava, por que não era o melhor de seus dias, e não estava simplismente com vontade de atender. Mesmo sendo a pessoa, uma amiga.
E a conversa ia em frente e eu prestava atenção se minha senha chegava, para o gerente me chamar, mas tambem queria mais que demorasse para eu ver o final . Já que ví uma delas chorarndo.
E ela dizia à amiga - "Não foi por mal. Eu não podia imaginar"!
Não podia? Como podemos achar que somos donos das coisas a ponto de acharmos alguma coisa do futuro?
E por aí foi a conversa. Chegou a minha vez, mas eu não pude deixar de assistir ao resto da conversa, e disse que fosse na minha frente, a pessoa que seria posterior a mim. Inventei que estava procurando um documento, ao mesmo tempo em que pensava: "Vai. Conta logo".
Até que o desfecho da conversa se deu.E foi chocante.
"-Minha amiga, me ligou e eu disse que nao estava. Ela queria na verdade me dar uma última palavra. E eu não quiz ouvir, eu menti.Ela saiu e no caminho o taxi em que estava bateu e rolou precipício abaixo".
Minha amiga morreu, e eu não pude falar com ela. Não pude dizer o quanto a estimava, e o quanto a ligação dela me era importante."
Me transportei para meu mundinho. "Eu faço isso de vez enquanto".
Minha vez chegou e o gerente me chamou. Fui, mas pensando em tudo o que tinha ouvido.
Aquele dia me fez repensar nas coisas que tenho feito com meus amigos. Por que eles nunca me dizem que estão ocupados, nunca dizem que não podem atender. Quando a empregada atende, é para chamá-los pra falar comigo e não para enganar.
Na vida, nunca sabemos a curva seguinte, o que nos espera. Hoje, só não atendo um telefonema quando não estou mesmo.E se é pelo celular, se eu estiver ocupado, eu não atendo, mas não dou desculpas, não invento. E quando posso, retorno a ligação.
Sou ocupado mesmo. Muitas vezes estou em vastas pesquisas para que meu trabalho saia legal.
Mas, nunca mais deixei de ter tempo para meus amigos. Sei lá, de repente é a ultima ligação deles para mim.
E a última coisa que eu quero nesta vida, é sentir remorso, ou chorar o leite derramado.
No momento que eu considero alguem meu amigo, ele será capaz de me entender, e saber que se não atendo na hora, pelo menos retorno, ou então dou uma resposta rápida." _Daqui há pouco ti ligo!.E ligo mesmo.
A ultima coisa que quero nesta vida, é saber que eu não tive uma segunda chance, e que talvez se eu continuasse a fazer isso, com certeza, esta pessoa um dia ia se cansar de mim, perderia um amigo, amigo não dá pra perder nos dias de hoje.
A última coisa que quero nesta vida, é colocar a cabeça no travesseiro pra chorar pelo que eu deixei de cometer.
Por que aquela "amiga" que uma das duas desconhecidas falavam, com toda cereza quando ligou estava querendo rir de algo, contar uma notícia, ou simplismente dizer um bom dia, boa tarde.
E isso eu não quero pra minha vida. Já entendi depois dessa, que eu não posso negar as pessoas que eu amo, que eu não posso desconversar só por que tenho problemas.Meus amigos, são amigos e ponto final.
Não quero saber de ouvir um dia, um telefonema não do meu amigo. Mas de uma pessoa dizendo que os sonhos dele se espatifaram na curva.
Eu não sou Deus. E por não o ser, eu aprendi a ler o meu futuro.
(Este é um texro fictìcio, mas de reflexão)