SOBRE DATAS E CALENDÁRIOS


   Hoje, eu sei a razão, pois ao me ver frente o espelho da vida, mesmo sem querer me olhar, … olhei! Só em pensar que estamos em 2011 e que mais um ano se passou, já me satisfazia o ego, e a certeza de que estar vivo era o mais importante; com ou sem o espelho, eu  consegui entender meu privilégio.     

    Afinal, o que diferenciava o dia vivido hoje, dos dias vividos por mim antes ? O sol era o mesmo! A lua idem! A terra continuava sua órbita! O mar...ah, o mar! Bem,... esse, era o meu melhor espelho, pois vi nele a minha imagem refletida em suas águas quase cristalinas; até seriam cristalinas, se não as tivesse turvado com o meu egoísmo e, essa minha insanidade humana.
    Nos meus pensamentos, esvoaçantes, procurei a resposta e quando consegui o pouso forçado de um deles, pude parar, tentar analisar e concluir;mesmos que não seja uma conclusão, conclusa; absoluta e apenas reflexos de minha imaginação, qual a diferença que faz ao contexto universal, uma simples data? Ainda mais se ela contém em seu intimo; sua essência, a mão da imperfeição humana e a isso chamamos de: Aproximação! Ou quem sabe numa equação matemática seria: Mais ou menos!
   Essa relatividade do tempo é que me faz tomar certas atitudes e assim poder devanear ao enfrentar meu próprio espectro, refletido e, consentido por uma lâmina d’água. Alias, ali, sou eu, simplesmente sem idade, revestido de milhares de micro-segundos e, em uma data qualquer do calendário, na transfiguração da espiritualidade imortal, ou na temporariedade material; finita pelos números e na sua inexatidão entre o mais ou menos ; que começa em... ou, ao final de... Retirei-me dando as costas ao mar e saindo à procura de um abrigo temporário; de barro,... mas, com um calendário atualizado por mim!    
Gildo G Oliveira
Enviado por Gildo G Oliveira em 08/01/2011
Reeditado em 08/01/2011
Código do texto: T2716345
Classificação de conteúdo: seguro