O LADO ESQUERDO DA AVENIDA PAULISTA

© de: Soaroir Maria de Campos 23/out.2006

O LADO ESQUERDO DA AVENIDA PAULISTA

“Até 1890 a Av.Paulista era apenas uma trilha de boiadas no alto do espigão. Em 1891 foi aberta e urbanizada pelo engenheiro Joaquim Eugênio de Lima. Hoje, embora esteja longe de ser umas das vias da cidade, transformou-se no símbolo de São Paulo. Em torno dela nasceram novas ruas; novos bairros e instituições que já se confundem com a própria história da cidade e do estado. Aristocrática desde o berço, Avenida Paulista tem aqui contada sua história de pioneirismo, de beleza, de religiosidade e romantismo. Nela e junto com ela aparecem muitos e muitos nomes daqueles que construíram São Paulo.”

Ser paulista é estado de espírito, mas os espíritos de porco fizeram de tudo para que a gente deixasse de amar esta cidade.

Hoje a Avenida Paulista está mais para uma tapera, pior do que no tempo em que era passagem para as boiadas em direção ao matadouro, o que durou até a Lei nº100/1894 da municipalidade, baixada com o fim de proibi-la. O abuso não parou por lá e pela visão atual, continua até os nossos dias.

A partir do número 663 , onde de uma caçamba o vento sistemática e graciosamente se empenha em espalhar material sificiente para encobrir os perigosos buracos, fui em frente pelo lado ímpar da Paulista. De repente comecei a observar que não havia onde jogar o lenço de papel que eu carregava e daí por diante me dei ao trabalho de anotar os números onde um dia houve em frente uma lixeira. Uma em frente ao 709,1313, 1337, 1373, 1405; parece galeria de arte, não fosse a peça em exposição uma lixeira quebrada. Logo veio a entrada do Parque Trianon onde uma grande placa expõe “Departamento de Parques e Áreas Verdes. Secretaria Municipal do meio ambiente – PMSP” Lá também há mais uma dessas obras de arte; uma em frente ao “Personalité”, depois a de frente ao número 1793 e finalmente a próxima do número 1915 também estava arriada. Virei então à esquerda e pensava enquanto caminhava para o meu compromisso...

Depois de tudo isso, assistir aos políticos se digladiarem, acusando-se mutuamente causa enjôo, quando se enfronham nas promessas, ai “nós que é bombo” “ingúia”, borca. Não há crescimento nem verba, mas as promessas são de mundos e fundos! Urbanização de favelas, plano para Minas Gerais, habitação, escolas, esportes – “quero ser presidente para melhorar a vida das pessoas”. Senhores..., eu diria se me ouvissem, sequer as lixeiras da Avenida Paulista, estouradas após um jogo de futebol há muito tempo, foram ainda trocadas, como não ver falácias em tantas promessas?

(Sem revisão)