MÁSCARAS DAS ILUSÕES.

Acabaram-se as festas e o ano começou com os anúncios da emissora global, exibindo rostos bem torneados, com evidências de que mais uma vez nossa casa torna-se palco da desinformação, pois os tais BBBs até então evidenciados, só servem para despertar no público a sede de vilipendiar o direito sagrado da privacidade, já que esse tipo de programa aguça nas pessoas menos avisadas ao prelúdio da sacanagem e da imoralidade, ante a inexistência de conteúdo ético no comportamento dos pseudos heróis anunciados pelo apresentador Pedro Bial, considerando que a atividade diária dos Brothers é nada mais do que a ociosidade e a capacidade para exibição do corpo.

Dizem alguns que os três Bs poderiam – melhor intitulando o programa – significar Bigs Bundas Brasileiras, pois nada simbolizam além do perfil já conhecido das nossas celebridades, que exageram na exuberância de seu glúteo, como se tal parte do corpo fosse mais expressiva do que a mente humana.

Não há dúvida de que o programa sobrevive porque o povo valoriza esse tipo de exposição que se concentra nos valores proibidos pelos costumes. Sem contar que o comportamento da cada um deles, necessariamente, ante a realidade do jogo, exige estratégicas que nem sempre mostram o bem na convivência em comum. Entretanto, o que se observa nos críticos nacionais é uma crescente onda de desvalorização desse tipo de reality show, porque não existe mais qualquer tipo de experiência que possa servir de base científica, quando se falava em segregação diante de uma convivência psicológica que possa causar uma situação de risco. Ou melhor, inexistem fatores de pressão que possam desencadear estudos psicológicos do comportamento humano através de ambiente insólito, pois todos que ali estão gozam de privilégios e de atividades inacessíveis à maioria absoluta do povo brasileiro. Além, é claro, do prêmio no final do programa que leva os Brothers a utilizarem de estratégicas que oscilam entre a dissimulação e a falsidade.

O que se percebe, nitidamente, nas condutas dos pseudos enclausurados é que eles fingem, mentem, traem, exibem o corpo, expõem relacionamentos quase explícitos, além de participarem de festas ou ‘baladas’ que, em face do consumo exagerado de bebidas alcoólicas, acabam por mostrar ao povo brasileiro os vexames e a falta de responsabilidade com os atos individuais, posto que alguns deles choram, brigam, extravasam o estado etílico, em homéricos chiliques, ofendendo todos os campos da moralidade.

Enquanto isso o Pedro Bial vangloria-se de ter ficado ‘espiando’ todos os lances para poder criar suas frases de impacto, por vezes, citando poemas ou filosofias históricas, como se quisesse dar sentido a algo completamente insano e demente. Creio que deixará de fazer parte das suas narrativas, as comparações ilusórias que dá aos participantes, chamando-os de heróis. Evidente que esse heroísmo ele deve escrever entre aspas, porque quem for atento à etimologia da palavra, não encontrará nada de heróico nos atos desses charlatões de audiências. Pedro Bial deve estar atento aos inúmeros ‘pontos de vistas’ que tem circulado no meio virtual e, certamente, caso tenha algum senso de autocrítica, evitará tratar esses bonachões com adjetivos que não lhes caem bem, por se tratarem de pessoas despreparadas para tratar sobre qualquer assunto, ressalvadas raríssimas exceções.

Em todo caso, como estamos num país democrático em com imprensa livre, não temos como evitar que tais programas venham ao ar, pois enquanto as pessoas não tiverem consciência de que não devem se subjugar a tal repugnância cultural continuarão à procura da espreita da privacidade alheia, dando a Globo recordes de audiência, enquanto, nós, que não aceitamos os conceitos da banalização, continuaremos a procurar canais que possam acrescentar algo ao nosso conhecimento, já que corpos e pernas bonitas são expostos diariamente ao vivo e em cores para qualquer um que queira ver programa de tal natureza.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 07/01/2011
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