O Novo

Sob um banco, olhando o céu alaranjado de final de dia. Os pensamentos transcorrem feito água em queda livre; desarrumados, impossíveis de serem totalmente parados, e com um destino certo. Brilha, brilha, apaga. Não se vê mais nada sobre o horizonte, encoberto pelo véu noturno. Eis então a noite, que lembra o tal do passado, enegrecido pelos temores e horrores; que ao mesmo tempo que se lança ao futuro, de que nada se sabe. Sombra, sombra, luar. Sobre o teto infinito do universo, a mente se expande, vagueia pelas galáxias, entre as milhares estrelas, esbarra em alguns sóis, sempre fugindo daquilo que não se deve pensar, pois seria martírio, tortura; tudo para se enganar e esganar as próprias loucuras. Breu, Breu, luar. A senhora lua vigia a grande fuga dos pensamentos, olha através das barreiras que se impõe sobre a verdade com a facilidade que se estoura um balão com uma agulha, e nada escapa dela; obrigado, senhora, pela companhia. Amanhece, amanhece, esquece. No fim da jornada, não lembra, alias, faz por não lembrar. Chega a conclusão de que a insistência ignorante, aquela desprovida de bom senso não vale a pena; e ao discorrer as suas idéias, não deseja mais nada do que novas coisas com que se possa pensar. Dia, tarde, noite, eis então seu novo mundo.

Leo Zapparoli
Enviado por Leo Zapparoli em 07/01/2011
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