Eu e eu
Meu criador é muito sábio e surpreendente, pois esse que vejo refletido no espelho, esse que tem 1.85 centímetros, que pesa quase 100 quilos, durante muitos e muitos anos acreditei que esse cara fosse eu, mas para minha surpresa, descobri que esse não sou eu!
Eu, o eu principal, o verdadeiro eu, sou aquele que conduz o eu grandalhão ao banheiro, ao espelho, que pensa e ordena o que o eu casca vai fazer, qual será seu próximo movimento.
Eu sou aquele que julga o que é certo ou errado, sou aquele que vez por outra se desarmoniza com o bonitão que me conduz, ele as vezes quer uma coisa e até concordo, mas depois compreendo que o oposto é o melhor, outras vezes cedo as pressões desse camarada que muitas vezes insiste e persiste em errar.
O eu falso sente frio, fome, calor, dor, sono...
O verdadeiro sente saudade, medo, alegria, tristeza, arrependimento e uma dor diferente da dor que o outro sente, é uma dor muito mais aguda.
A simbiose é perfeita, um depende do outro. O verdadeiro depende do falso, pois o falso possui algumas limitações, algumas fraquezas que são necessárias para o engrandecimento do autentico.
Eu, o verdadeiro, sou o que estou redigindo essa pagina, mas o outro esta dificultando minha capacidade de raciocinar e de enxergar, os olhos desse brutamonte fracote já estão pregando. É, não vai dar para terminar, e vou ter que colaborar, afinal eu preciso de suas mãos pra redigir o texto, mas ele esta muito cansado.
Como eu dependo dele, tenho que colaborar e aproveitando que ele vai dormir, eu vou dar umas voltas por aí, quem sabe até o Alasca ou para Cazaquistão, mas sempre atento com meu camarada que ainda vai levantar de madrugada para urinar.
Paz e luz.