VIOLÊNCIA SURDA

- Alô! Humberto?

- Sim, sou eu! Quem fala?

- É o Zé cara, aqui do Rio.

- que frio?

- NÃO! ZÉ DO RIO DE JANEIRO!

Te falei daquele evento musical de percussão, lembra? Pois é, vai

acontecer esse final de semana, vem pra minha casa..., vamos assistir juntos.

- Ta maluco? Com essa violência toda acontecendo por ai, eu é que

não saio da minha cidade, ainda mais pra esse tal de centro cultural de

confusão...Só vocês cariocas pra inventar essas coisas.

- Cacete, EVENTO MUSICAL DE PERCUSSÃO, Deixa de bobeira Beto...

- Zé? Zé? Que barulho é esse?

- Que barulho ? Para com isso, que neura! São fogos de artifício

bobão, deve ser festa de despedida.

Que bala perdida o que mane? Isso não existe.Pombas, ninguém aqui se

preocupa mais com bala perdida..., bobeira, entra por um ouvido e sai pelo

outro...hehe, brincadeira.

- Babaca!! To falando sério, num vou ai nem morto.

- Se viesse morto, pelo menos o Rio não levaria a culpa. Mas falando

sério agora. Vai ser coisa de primeiro mundo, vem um pessoal da pesada.

Porra, ta de sacagem? Que barra pesada o que? Eu falei PESSOAL DA

PESADA...MÚSICOS DE PRIMEIRA...,

NÃO!!! Não é na Mangueira!!! P.q.p.

Podemos dar um pulo na praia pela manha, quer não?

QUE ARRASTÃO PORRA?? Assim não da. Faz o seguinte, eu vou e te mando

uma fita gravada pra tu vê.

- Vai você Zé, me chama pra ir pra essa cidade maluca e ainda me

manda se f...!!! Num liga mais pra mim não, ouviu?

- Puta que pariu é a sua!!!

Eu sei que ele não me xingou, mas não podia perder a oportunidade.

Jose Carlos Cavalcante
Enviado por Jose Carlos Cavalcante em 26/11/2004
Código do texto: T271