Pai
Ele chegou da rua. Mais um dia de trabalho árduo, ser carreteiro era uma profissão muito cansativa. Mas era o que ele sabia fazer. E era feliz, era digno, tinha uma família que estava começando a se formar. Dois filhinhos, José Rosendo Neto e Francisquinho. A mulher, tão jovem, engravidara no primeiro ano de casamento. Era a sua família. A que ele sempre desejara ter. Ao chegar da rua, encontrou sua amada chorosa, muitro embora disfarçasse seu medo sob a casca de mulher durona. O bebê estava mal, muito mal, e ela de repente gritou corre, Zé, o menino está morrendo, vai comprar o caixão! Ele não sabia o que fazer, para onde ir nem o que dizer. Apenas sentia, e sentia muito. Chorava dentro do seu coração que havia sangrado a vida inteira e ainda havia dor para sentir? O que mais havia? Ele não sabia. Ele tinha medo. Ele era só um homem que não tivera o carinho de sua mãe nem um bom pai que o amasse e o acolhesse como filho. Ele não sabia. Ele sofria. Sofria com toda a sensibilidade de sua alma feminina dentro de um corpo de homem forte, de sertanejo honesto e trabalhador. Um homem incrível, maravilhoso, que merece ser o mais feliz dos homens. O meu pai. Pai, eu te amo muito, o Sr. sempre me abençoa, quando eu ligo e a primeira coisa que ouço é "a bênção!" E e eu respondo, "a bênção, papai!"
Paizinho, muito obrigada por tudo, pelos meus estudos, pelo dom da vida, pelo cuidado que o Sr. tem comigo. Agora sou eu que peço a Deus, meu pai, que o abençoe generosamente, e à minha mãezinha, aos meus irmãos queridos. Obrigada pelas confidências que me renderam lágrimas de suas lembranças tão dolorosas, paizinho. Lembro-me de todas as vezes em que eu indaguei acerca de suas recordações, e estas eram tão pungentes, mas o alívio em seu rosto depois de falar do que lhe doera tanto tempo dentro da alma sempre foi a minha maior recompensa. Obrigada, obrigada, obrigada. Eu te amo, pai. A bênção, meu pai.
Ele chegou da rua. Mais um dia de trabalho árduo, ser carreteiro era uma profissão muito cansativa. Mas era o que ele sabia fazer. E era feliz, era digno, tinha uma família que estava começando a se formar. Dois filhinhos, José Rosendo Neto e Francisquinho. A mulher, tão jovem, engravidara no primeiro ano de casamento. Era a sua família. A que ele sempre desejara ter. Ao chegar da rua, encontrou sua amada chorosa, muitro embora disfarçasse seu medo sob a casca de mulher durona. O bebê estava mal, muito mal, e ela de repente gritou corre, Zé, o menino está morrendo, vai comprar o caixão! Ele não sabia o que fazer, para onde ir nem o que dizer. Apenas sentia, e sentia muito. Chorava dentro do seu coração que havia sangrado a vida inteira e ainda havia dor para sentir? O que mais havia? Ele não sabia. Ele tinha medo. Ele era só um homem que não tivera o carinho de sua mãe nem um bom pai que o amasse e o acolhesse como filho. Ele não sabia. Ele sofria. Sofria com toda a sensibilidade de sua alma feminina dentro de um corpo de homem forte, de sertanejo honesto e trabalhador. Um homem incrível, maravilhoso, que merece ser o mais feliz dos homens. O meu pai. Pai, eu te amo muito, o Sr. sempre me abençoa, quando eu ligo e a primeira coisa que ouço é "a bênção!" E e eu respondo, "a bênção, papai!"
Paizinho, muito obrigada por tudo, pelos meus estudos, pelo dom da vida, pelo cuidado que o Sr. tem comigo. Agora sou eu que peço a Deus, meu pai, que o abençoe generosamente, e à minha mãezinha, aos meus irmãos queridos. Obrigada pelas confidências que me renderam lágrimas de suas lembranças tão dolorosas, paizinho. Lembro-me de todas as vezes em que eu indaguei acerca de suas recordações, e estas eram tão pungentes, mas o alívio em seu rosto depois de falar do que lhe doera tanto tempo dentro da alma sempre foi a minha maior recompensa. Obrigada, obrigada, obrigada. Eu te amo, pai. A bênção, meu pai.