UM AMOR QUE NUNCA VAI MORRER ! ! !
Ela já havia resolvido ficar em minha casa. Era eu, que disso não sabia.
Chegou a ser escolhida por dois rapazes, um laço foi colocado a volta de seu pescoço, para diferenciá-la de seus irmãos.
O dia de sua partida foi agendado para um domingo, quando viriam buscá-la.
No dia anterior a data marcada, ela providenciou uma brincadeira mais agitada, com um de seus irmãos e machucou-se.
Ao ver a ferida, os rapazes resolveram, que não a levariam, e escolheram então, uma de suas irmãs.
E assim, Kauai ficou conosco.
Por sua livre e firme resolução.
E nós a amamos desde o começo, e houve sempre uma suspeita, de que seria nossa Pupy, voltando ao lar.
Foram dez anos de pura entrega, dela e nossa.
De um compartilhar afinadíssimo.
De uma sintonia envolvente, que o olhar transmitia, e os gestos confirmavam.
Kauai, foi responsável, por me fazer amar em essência os animais.
A sentir em mim, a dor que a alma de cada um deles sente: ao serem abandonados, maltratados, esquecidos, enfim ao não serem amados.
Não foi meu primeiro cão. Nem será o último com certeza. Mesmo porque, sua mãe a Maui, que já tem treze anos, está aqui a nos fazer companhia, cheia de saúde.
Mas, a Kauai devo a vivência de um encontro que marcou minha existência.
Ao seu jeito doce, meigo, ao seu amor inteiro por mim, de forma incondicional, a sua companhia silenciosa e presente, a qualquer momento, sobre qualquer circunstância.
No fundo do seu olhar, havia ternura, gratidão e um amor que raramente encontramos nos humanos.
Esse mesmo olhar me olhou até o momento final. E não quis se fechar, mesmo após o último suspiro.
E assim ficou..... olhando o meu, com sua cabeça recostada ao meu colo.
E SE FOI.... PARA NUNCA DE FATO IR !
Pois, seu coração bate dentro do meu, e o meu permanecerá batendo dentro do dela.
(Me ausentei, pois a dor foi muito intensa. Volto, para através da escrita, promover uma catarse. Muitos textos escreverei sobre essa irmã querida, que preencheu minha vida, com um amor sem tamanho. Penso, um pequeno livro escrever, contando o que representou sua presença doce em minha vida.)