UMA PITADINHA DO NATIVISMO GAÚCHO

Música nativista é um gênero musical característico do Sul do Brasil, notadamente o Rio Grande do Sul, e que tem como tema principal o amor pelas coisas do Estado. Suas origens estão relacionadas ao parnasianismo, à música flamenca espanhola e à portuguesa. A música é intimista e as letras falam da natureza e dos costumes, criando uma dinâmica entre letra, música e dramatização. Devido a sua complexidade, torna-se difícil de ser interpretada por músicos que não tenham conhecimento da cultura gaúcha. Os rItmos são variados: milonga, chamamé, chamarra, polca, vaneira, rancheira.

A partir de 1971 surgiu, em Uruguaiana, a Califórnia da Canção Nativa, festival considerado "a mãe de todos os festivais nativistas". Após a Califórnia, surgiram outros festivais como a Tertúlia Musical Nativista, em Santa Maria e a Coxilha Nativista, em Cruz Alta.

Existe um certo atrito entre os artistas nativistas e os representantes de um movimento mais recente, o Tchê Music. Enquanto os primeiros buscam o retorno às raízes da música gaúcha, os "tchê's" buscam modernizá-la, adicionando outros ritmos, a fim de tornar o som mais dançante e comercial.

Atritos à parte, a verdade é que a música nativista é linda de se ouvir e um convite para dançar. Quem tiver interesse em ouvir, existem vários endereços na Internet, como o www.contato.net/baran/gauchas.htm

Eis alguns títulos:

* Bibiana Sem Terra: interpretada por Dante Ramon Ledesma. Lembra a obra "O Tempo e o Vento", de Érico Veríssimo, mostrando a garra e a fidelidade da mulher gaúcha, esperando o seu amor que está na guerra.

* Céu, Sol, Sul: composta por Leonardo, grande intérprete de festivais nativistas, falecido em 2010. Reflete a alma do Rio Grande, sua beleza, seu povo hospitaleiro e amigo.

* Querência Amada: do imortal Teixeirinha, é um hino de amor pela terra.

* Ainda Existe Um Lugar: interpretada por Wilson Paim, retrata o mais puro, simples e belo jeito de viver do gaúcho. A letra é a melodia são lindas!

* Sabe Moço: cantada por Leopoldo Rassier, fala da história, das lutas riograndenses e da desigualdade social.

* O Guri: do grande intérprete César Passarinho, já falecido, e talvez uma das vozes mais bonitas do cancioneiro nativista. Transmite a alma do Rio Grande com um vocabulário simples, porém rico em características da nossa terra.

* Vento Negro: composta pelo ex Prefeito de Porto Alegre, José Fogaça. Conta a saudade dos gaúchos esparramados pelo mundo e que não esquecem das virações e do cheiro da terra molhada pela chuva.

* Hino ao Rio Grande, de Simão Goldman, expressa o nosso sentimento e a nossa visão sobre as coisas do Rio Grande. A música é belíssima, e as rimas dos versos são perfeitas.

* Deu pra Ti: dos irmãos Kleiton e Kledir, fala da saudade do Rio Grande de um jeito mais urbano. Por isso a identidade com um público maior, saindo das fronteiras do Estado. A dupla porto-alegrense revigorou a música gaúcha.

Este texto foi pesquisado e escrito como um presente de ano novo a vocês, meus queridos amigos recantistas, especialmente aos dos mais distantes rincões. O Brasil é quase um continente. E, muitas vezes, acabamos por não saber como é a cultura do "povo" que vive no outro extremo do País. A diferença cultural é muito grande. E pensar que somos todos brasileiros!

Giustina
Enviado por Giustina em 03/01/2011
Reeditado em 24/02/2014
Código do texto: T2705705
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