Minha saudade com sotaque... é Porto Alegre, a guria tri legal que teima em povoar meus sonhos

Sou contra a palavra saudade porque acho que é a forma poética de pisar na alma da gente e nos levar para onde ou com quem – quase sempre – deveríamos estar. É por isto que sempre dou ousadia pra minha cidade quando ela teima em tomar conta dos meus sentidos, lembrando que lá é o lugar onde sempre é “a hora” de tomar um bom chimarrão com os amigos e, se der na “telha”, caminhar pelo Parque Farroupilha, almoçar no Mercado Público e admirar o belo pôr-do-sol do Guaíba – que, pra gente é o mais bonito de todo o mundo.

Dizem de nós que somos gente muito boa e hospitaleira, o que pode nos colocar numa situação bem complicada quando o visitante chega lá num dia de Gre-Nal. Este evento é mais do que uma partida de futebol. Trata-se de uma verdadeira guerra entre torcedores do Grêmio e do Colorado (apelido carinhoso do Internacional). Nesta hora ninguém sabe se aquela gente está torcendo a favor do time deles ou contra o time adversário

Quando estou em Porto Alegre (ou Portinho para os íntimos) parece que estou numa cidadezinha da minha infância. Sempre acho que vou encontrar os velhos amigos (como aquele ex-namorado com quem “trombei” numa esquina e quase desmaiei). Penso nos encontros que não consigo esquecer da “velha turma de juventude”, daquelas “rodinhas” de conversa franca ou do passeio pelo Gasômetro, ao Parque Farroupilha (que teimamos em chamar de Praça da Redenção). Daí me lembro que nestes anos todos em que estive tão longe, Porto Alegre cresceu e agora é uma metrópole cheia de charme, não devendo nada aos grandes centros do mundo. Tão somente eles vivem lá como se estivessem em outro país, um só deles, mas que emprestam para o turista que vai até lá para “conferir” o que há de melhor neste mundo.

A localização – no paralelo 30 – já inspirou artistas da terra e até virou letra de música. E esta mesma localização também garante a Porto Alegre um clima temperado com estações do ano definidas, onde se experimenta um verão quentíssimo que faz um enorme contraste com o inverno rigoroso que a gente enfrenta, vestindo roupas pesadas, algumas delas, tradicionais - absolutamente lindas e “estilosas” - tanto que não são poucos os turistas que trazem este tipo de lembrança na bagagem.

Sua beleza em nada lembra as belezas naturais do resto do País. Mas outras atrações fazem da minha cidade, única e especial (pelo menos nas minhas lembranças). As praias do Guaíba de tão lindas, já se tornaram cartões postais e os 40 morros que estão por toda parte, dividem a cidade em planícies e ladeiras, tornando cada esquina um motivo de suspiro do visitante desavisado.

Porto Alegre é demais... (é o que diz a canção)

Porto Alegre é aquela lembrança “teimosa” que eu gosto de dividir com os outros. E, para exibi-la “na sua melhor tradução” gosto de lembrar do seu lado romântico. Do Calçadão de Ipanema, por exemplo, onde tanto os gaúchos, (os felizardos “nativos”), quanto os turistas podem apreciar o tão famoso pôr-do-sol no Guaíba. Quem vai lá também precisa conhecer o Parque Farroupilha (a tal da Praça da Redenção). Neste lugar ficaram um monte de retratos da minha infância, adolescência e juventude. Ali se vai para conhecer um precioso Orquidário, o Mini-Zôo, o parque de diversões infantil, o trenzinho e o Café do Lago. O café fica no meio da praça. Gaúcho ou gaúcha que se preze, no domingo pega um chimarrão e vai curtir o Brique da Redenção. Ali se vende de tudo um pouco e existe um charme especial no artesanato local e nas antiguidades, além de toda aquela gente bonita, bonita até demais.

Sonho com Porto Alegre até acordada. Não consigo imaginar passeios mais lindos do que aqueles que a gente curte pelas suas ruas e parques. Quando estou lá, estou em corpo e alma e, depois de curti-la por inteiro, (só pra guardá-la na memória) faço um passeio de barco sobre as águas do Guaíba, pra levar no meu coração esta lembrança do meu Rio Grande. Daí volto pra cá com a alma lavada.

Pra sua informação, um dia um artista paulista fez esta mesma viagem e a eternizou na sua canção, uma das mais belas das tocadas para os turistas que visitam Portinho, onde ele fala assim: “Eu um dia voltarei pra rever o meu Guaíba, pra rever meu bem querer” ...E no seu último verso, desabafa: “Rio Grande do Sul, vou chorar ao partir”.

Denize Moreno
Enviado por Denize Moreno em 01/01/2011
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