Encontro Explosivo (Crítica Filme)
 
            A grande virtude do filme está em utilizar os protagonistas no que apresentam de melhor: Tom Cruise é imbatível na ação e Cameron Diaz nasceu para a comédia. Os traços que os unem conferem um tempero inteligentemente dosado pela produção que faz rir ao tempo que agrada aos que gostam do gênero ação.
            Para as garotas, que curtem Cruise e uma comédia romântica, o sucesso da produção é garantido. Um clima de ¨quase-foi-agora¨ ronda o casal do início ao fim mantendo a graça do: puxa-poderia-ter-sido.
            As cenas de aventura se sucedem em um fôlego praticamente único, mantendo o interesse do espectador que torce pelo casal ao ponto em que os encontros e desencontros vão se sucedendo sob uma chuva de balas e de explosões.
            Quem espera por veracidade irá se decepcionar. O filme não deve ser levado a sério e nem ser assistido com a expectativa de ser o melhor que já vi, mas atende amplamente aos anseios de quem procura uma película leve para assistir no fim da tarde acompanhado por muita pipoca e guaraná. É uma diversão família e as crianças podem ser colocadas para assistir sem medo.
            Logo na cena inicial, no aeroporto, somos colocados diante do impagável carisma dos atores e quase somos levados a dizer: Tom, você por aqui? Além disso, Cameron, que sempre se sai bem nos papéis de ¨adorável aloprada¨ arranca os primeiros risos. A cena em que Tom lhe oferece drinks informando que os pilotos estão mortos é impagável – o filme apresenta seu cartão de visitas e se pode esperar muito mais a partir disso.
            A grande sacada do filme é: poderia um agente secreto com vida instável verdadeiramente apaixonar-se por uma mulher que nunca viu? Quem sabe? Afinal, são sempre secretos e obscuros os caminhos do coração, ademais, quem disse que o filme promete tratar da verdade?
            Uma das primeiras coisas que filmes do gênero fazem é revogar as leis da física. Na sequência da estrada, em que Tom liberta Cameron das garras do FBI, o rapaz parece se transmudar em um X-Men com poderes de grudar em qualquer veículo. Nem mesmo Matrix, com toda a simulação em um mundo virtual, consegue chegar a tanto. Mesmo Nill tem suas limitações, mas Cruise supera todas. Ficar grudado na capota de um veículo em alta velocidade deitado de costas, dando tiros certeiros a esmo e escapando de freadas, curvas e derrapadas não é para qualquer um. Tudo ocorre dentro da lógica cinematográfica enquanto o diálogo entre o casal supera essas pequenas mazelas.
            A ironia indissociável de Cruise nos faz recordar dos bons tempos de Duro de Matar trazendo empatia similar à de Bruce Willis – outro mestre do gênero. Não há como deixar de se encantar com sua verve ao se ver pendurado pelos pés balançando em uma corda ao em uma sessão de tortura informando à parceira dopada:
            - Sei que parece ruim, mas nós vamos sair dessa...
            Outra fuga adotada pela produção é dopar Cameron nos momentos cruciais, permitindo que não expliquem como se deu a fuga impossível. Outro poder de Cruise é escapar continuamente de qualquer tiro. Temos a impressão de que os assassinos profissionais que o perseguem continuamente sabem fazer tudo, menos acertar o alvo. O que realmente me incomodou foi o gênio nerd que Tom protege comportar-se, por inúmeras vezes, como um adolescente idiota. Creio que o diretor deva odiar tipos como Bill Gates: a referência é óbvia e poderiam ter se saído melhor nessa parte, mas o deslize não compromete a produção.
            Em suma:
            Quem espera algo sério do filme deve assistir? Nunca.
            É diversão garantida? Certamente.
            Vou perder meu tempo? Somente se não gostar do gênero, caso contrário, passe na locadora e assista.
            Boa diversão.
 
Informações Técnicas:

Título no Brasil:  Encontro Explosivo
Título Original:  Knight & Day
País de Origem:  EUA
Gênero:  Ação / Comédia
Tempo de Duração: 109 minutos
Ano de Lançamento:  2010
Estréia no Brasil: 16/07/2010
Estúdio/Distrib.:  Fox Filmes
Direção:  James Mangold