PÃO COMPARTILHADO

Por que compartilhar com tantos desconhecidos os lamentos de minha alma? A única resposta que recebo é a de que o ser humano é assim mesmo, tem grande necessidade de ser ouvido. Mas, o pior de tudo é que nem sempre ou quase nunca estamos dispostos a ouvir uns aos outros. Nós somos os tais. Somos donos da única verdade. Se assim é, por que eu perderia meu tempo ouvindo os outros? Pior que isso, por que eu perderia meu tempo lendo os escritos dos outros? No entanto, há uma santa ou mórbida curiosidade que me impulsiona a ouvir o que dizem ou ler o que escrevem. Aqui, no Recanto, tenho encontrado coisas maravilhosas. Não vou nominar seus autores para que a vaidade não lhes suba a cabeça e passem a cobrar por isso. Mas, sem dúvida, tenho sido abençoado por grandes textos. Tenho desfrutado de momentos prazerosos, ao ver diante de mim o descortinar das almas. É assim que vejo, pois não creio que alguém escreva sem sentir. Eu não consigo. As minhas palavras são e serão sempre a expressão do meu sentimento. Por isso, neste final de ano, aproveito para agradecer aos milhares de recantistas por suas participações. São enriquecedoras. Tenho aprendido muito, embora reconheça que estou a anos luz da grande maioria dos companheiros e companheiras. Quisera eu ter uma pena tão magnífica quanto à de muitos que tenho lido aqui. É claro que não tenho outra pretensão a não ser contribuir para o deleite dos amigos e amigas deste espaço maravilhoso, a maioria dos quais jamais conhecerei pessoalmente, mas que já há entre nós um laço afetivo muito forte. Muitos, na verdade, são lidos por mera curiosidade. Atraído que sou pelo título, sou por vezes premiado com a leitura de grandes textos. É claro que tenho os meus escritores prediletos. Aqui eu já selecionei alguns. É um prazer ler o que escrevem. Confesso que os invejo. Como gostaria de ser tão prolífico. Mas, cada um é cada um. Tenho que me conformar com as minhas limitações literárias e agradecer a generosidade dos que me honram com a leitura de meus despretensiosos textos. Como, por certo, este será o meu último texto do ano, aproveito para enviar um grande abraço a todos, desejando-lhes todas as bênçãos dos céus para cada dia de 2011. Feliz Ano Novo.

Luis Gentil

Dez/2010