DE CUECA VAZIA A ESPERAR POR 2011

Quando um final de ano se aproxima é muito comum que façamos retrospectivas, e cá entre nós ,as retrospectivas do nosso ano político são no mínimo curiosas...e desanimadoras, eu acho.

Neste ano nos despedimos do presidente Lula, um presidente fadado a salvar a nação e o mundo. Supimpa! Fiquei boquiaberta.

Despede-se do seu mandato oficial com um índice de popularidade nunca visto dantes neste Brasil, porém nem tudo que agrada a todos é necessária e politicamente correto. Depende da óptica das necessidades fundamentais e cada um deseja o que pode desejar.

Vejamos: alguém conheceu o senhor da lambreta mostrado pela mídia? Não? Então vou lhes recontar.

É um fã do Presidente Inácio que na sua posse de 2002 veio do Ceará até Brasília para tirar foto do Presidente sentado na sua lambreta.

Ficou legal! Há oito anos atrás o presidente era bem mais fotogênico. A ambição pelo poder, por mais tranquilo que este seja, também desgasta muito, sejamos honestos.

Agora o fotógrafo já está lá em Brasília, todo animado, de prontidão , para novamente sacar uma foto da Presidenta Dilma para a posteridade, montada na sua lambreta.E alguém duvida que não?

Achei dez, eu também adoro fotografar, e uma dessas fotos eu nunca havia pensado em fazer.

Diz ele que seu desejo maior é mandar a lambreta para um museu, junto com as fotografias.

Não falei? Cada um sonha com o que pode, e arte não se discute.

Enquanto ele fotografa...sessenta e dois por cento de aumento para os deputados, vinte e sete mil reais para a Presidenta o que significa aproximadamente cinquenta e quatro salários mínimos para "cuidar" do país; talvez o dobro par ao vice presidente, ou não?- acumula-se cargos por ali? -aumento de trinta reaizinhos no mínimo do povo,(O FHC também não pode falar nada , me lembro que para sair dez reais para o povo foi um sufoco interminável!); já subindo impostos, pedágios, transporte, carne, feijão, e outras muitas contas públicas.

Todavia, temos os políticos mais bem pagos do mundo! E as necessidades básicas mais mal assistidas do planeta, comparadas ao nosso tiriricado investimento político!

E um comerciante de Brasília, então, resolveu ficar pelado sózinho, um herói ele, quero dizer, ficou só de cueca, como forma de protesto ao tudo, lá no Congresso Nacional. Lembram das cuecas?

Ficaram bravos e seguraram o homem.

Ora, achei super representativa a manifestação dele. Qual o problema? Atentado violento contra o pudor? Não creio. Violento é o atentado contra o erário!

Atitude cidadã muito simbólica daquele senhor pelado, eu diria, mas com um pequeno detalhe que convém destacar: nós , o povo, estamos de cuecas vazias...claro, que é para encher as cuecas deles! E não é?

Estamos pelados com a mão deles no nosso bolso...e faz tempo.

Bom, àquele senhor artista da lambreta tenho algo a lhe dizer: é bem mais fácil dirigir a lambreta do que o país...pode acreditar, embora seja mais fácil se cair das duas rodas, por aí afora.

Cuidado, portanto, lambreta é perigoso nessas "estradas" do país que há muito já não são mais estradas.São buracos seriados em curvas e em projetos de retas.

Se o senhor se acidentar por aí...reze para o SUS funcionar.

Todavia, por aqui , barbeiragem política nenhuma derruba político algum, porque somos um país tiriricado, quero dizer, um país super bem humorado, aonde até o muito sério não passa de brincadeira.

Já é quase ano novo, em breve estaremos de sonho novo, com posse nova, com governo novo, mas com políticos velhos de guerra, aqueles que sempre lutam por suas causas próprias em detrimento do todo.

Desculpe, é o que têm nos mostrado.

E o povo, ó, está todo lá na praia, porque o que vale é o reveillon.

O resto pode esperar pela eternidade.

Feliz reveillon novo para todos nós ! Porque de velho mesmo já nos basta a nossa sempre mesma história mal contada.

E à meia noite de amanhã, sugiro aos políticos que não se esqueçam de pular as sete ondas, e engolir bagos de romã, jogar rosas para IEMANJÁ ,que muitas águas vão rolar, todos com cuecas bem brancas que é para lhes dar a sorte... aquela famosa sorte grande das cuecas de fartura fácil, que o eleitor nunca veste.

Tudo tão fácil como enganar o povo .

Até 2011, gente boa!