<--Um Ir e Vir Sem Razão-->

Toma. Leva um pedacinho com você. Não me fará falta alguma e se eu não oferecesse você estaria levando do mesmo jeito. São coisas que a gente não escolhe sabe?! Rs! E se a gente tem que aceitar os caminhos tomados então que você leve com meu total consentimento. Vai doer sim, mas não importa, já está doendo mesmo. É a vida que te leva e não o contrário, então, minha obrigação enquanto alguém que ama, é ficar feliz.

- Sinto que desta vez estamos nos despedindo pra sempre!

- Pois eu sinto o contrário. Sinto que vou te reencontrar.

Ao longo dos fios que já foram cortados, e de mãos entrelaçadas diante de tantos mares, resta uma sublime lembrança das coisas que o tempo só fortalece, e a distância é só algo pra nos provocar saudade. Principalmente quando se busca amor. Uma vez me disseram que amor era algo que fazia você se dar sem esperar nada de volta. “Mas que coisa besta!” pensei. Independente do que significa, e eu duvido que alguém defina, me surpreendo ao te revelar que sou a favor do amor. Toma. Eu insisto, leve um pedaço.

- Eu vou sentir saudade!

- E eu ficaria triste se você dissesse que não sentiria. Rs.

Talvez você pudesse me deixar seu travesseiro. Quem sabe não encontro os teus sonhos escondido lá dentro. Não é atrás deles que você está indo? E eu sei disso por que um dia eu sonhei junto. Eu desejei como uma criança deseja o natal. E acho lindo ainda ver seus olhos brilharem. Talvez nossas lembranças permaneçam nas... Enfim. Talvez elas permaneçam! Não se preocupe, este pedaço já era teu mesmo aqui no meu peito, e eu lhe garanto, ele não vai parar de bater. Rs.

- Você está triste?

- Triste? Eu estou despedaçada! Mas eu fico bem. Rs.

Engraçado é que sábado, enquanto um vinho me queimava a boca, eu sentia gosto de lágrima. Mas mesmo quebrado, o coração é meu órgão mais bonito. E eu não quero que você fique segurando esse pedaço sangrando nas mãos, como um peso. Não. Cole ao seu e acrescente. No mais, voltar não será proibido.