Podre não, madura!

Mulheres com mais de 30, ainda dá tempo, digam não à inércia!

Adriana se olha no espelho e não sabe o que fazer, mais um dia se passou e ela continua se sentindo simplesmente fracassada. Não consegue responder as perguntas que faz para si mesma: Quando vou ser promovida? E o meu príncipe do cavalo branco que não chegou? Esse carro tem conserto? Casamento? Filhos? Dinheiro? Estabilidade? E os armários da cozinha que não consigo trocar? Não, ela não sabe as respostas e se sente desmontando a casinha da Barbie porque está cansada de brincar. Malditos contos de fada que lhe contaram. No peito, um ódio mortal por ter acreditado nos filmes, nas novelas, nas histórias, nas músicas. Com 35 anos de idade tudo o que sonhou durante a vida parece estar no topo do Everest a -70º, sem falar nas fendas no glaciar que existem pelo caminho, uma pisada em falso e ela cai num buraco imenso, que podem lhe causar a morte. Aliás, talvez fosse mesmo a melhor opção.

A sociedade que se julga espelho de sucesso não precisa ser levada tão a sério.

Felicidade deve ir além de podres padrões pré-estabelecidos. É claro que os contos de fada não existem, mas cada um tem o direito e principalmente o dever de criar a própria história, num contexto individual, de forma singular. Afinal de contas, pra quê a medicina avança tanto? Pra que mulheres com 30 possam ter filhos ora bolas. A média de vida aumentou, as exigências também, o ensino médio já não lhe garante nada, absolutamente nada. Ainda dá tempo de estudar, fazer pós, mestrado, doutorado, cursos, viagens e tudo o mais que desejar e mostrar que não, você não é uma fruta podre para ser jogada no lixo, mas madura ao ponto de ser levemente saboreada.

Catherine Moraes
Enviado por Catherine Moraes em 30/12/2010
Código do texto: T2700292
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