UMA NOVA ESPERANÇA

Não deveria ser assim. Afinal, trata-se, apenas, da mudança de calendário. No entanto, a cada ano se renovam as expectativas, as esperanças, os sonhos, planos e projetos para o ano que se avizinha. Por mais que lute para deixar tudo no plano racional, não consigo. Principalmente, porque 2011 não é mais um ano novo. É o ano em que teremos a primeira mulher no comando do nosso país.

Conquanto não tenha grandes simpatias pela nossa presidente, torço para que dê tudo certo. Que ela consiga harmonizar a sua equipe e tocar o governo com a mesma desenvoltura do presidente Lula. É difícil, eu sei, pois carisma não é coisa que se compre em supermercado. E tirocínio, tampouco. Caráter, jamais. Honestidade, muito menos. Ética, nem pensar. Bom senso, ah quem dera! Mas, está sem jeito e cabe a cada um de nós contribuir para que tudo dê certo.

Devemos nos despir de todo e qualquer preconceito, pois o ser humano é único, seja ele mulher ou homem. Infelizmente, sua equipe, pelo menos a primeira, não é das melhores, em todos os aspectos. Mas, às vezes pode ser que algum nos surpreenda positivamente.

De coisa, devemos estar certos. Ela não encontrará as mesmas facilidades para governar. O mundo já não é o mesmo que Lula encontrou. A conjuntura mundial já não está tão favorável ao Brasil. Agora, sim, as equipes econômica e política (Itamaraty) deverão mostrar se têm jogo de cintura para contornar as dificuldades, sobretudo no intercâmbio comercial.

É verdade que o Presidente Lula diminuiu significativamente a nossa dívida externa. Todavia, isso nos custou um crescimento colossal de nossa dívida interna. E isso tem um preço a ser pago e logo será cobrado. Também não devemos descuidar do custo da máquina. Esta, inegavelmente, é uma das máquinas administrativas mais caras do mundo. O custo Brasil é muito alto. E as consequências disso todos nós sabemos: aumento da carga tributária. Os impostos que pagamos estão no limiar do confisco. Será que a classe média suportará mais um arrocho tributário? Sei não.

Nós pagamos muitos impostos e o retorno em investimentos e serviços é insignificante. Não podemos pagar tanto, só para sustentar o funcionamento da máquina administrativa. Tem muita gente se locupletando à custa do nosso sacrifício. Precisamos, urgentemente, de uma reforma política e tributária, pois do jeito que está não dá para continuar. Estas, sem dúvida, serão as maiores questões políticas a serem resolvidas pela novel presidente.

Mas, como a esperança é a grande bandeira de nossa gente, vamos torcer e contribuir positivamente para que tenhamos melhores dias. Que a presidente Dilma seja a mãe que os brasileiros necessitam. Porque de madrasta queremos é distância.

Luis Gentil

Dez/2010.