José Alencar, Coragem, Câncer e dois mundos
O senhor José Alencar é homem determinado em toda a dimensão da vida. Político ferrenho, positivo, persistente. Não é Governador, mas é Vice-Presidente. Vice diferente, fala, opina, reclama. Quando assume, não titubeia, exercita o poder como Presidente que legitimamente o é.
Quis o destino provar a sua bravura, conquistada na lida do cotidiano, amparada por uma constituição genética robusta, jogando-lhe no caminho aquilo, nos seus tempos de meninice, chamado “doença ruim”, um tumor maligno, bem lá no fundo dos intestinos, coisa indigesta.
O senhor Alencar não se faz de rogado, arregaça as mangas e se compõe para a luta. Debate-se com valentia e tantas quantas são as batalhas postas, peleja de maneira aguerrida, sempre prostra o inimigo mordaz.
A sua valentia angaria ferrenhos admiradores, auxiliadores, que por ele intercedem, clamam, oram fortificando suas entranhas.
Tamanha ousadia não passa despercebida ao mundo de lá, de onde vem o socorro, a proteção universal de Nossa Senhora Aparecida e do Nosso Senhor, reconfortando o espírito, acenando a salvação.
No mundo de cá, o senhor Alencar, homem probo, público, exemplo de coragem, dedicação, representante e defensor de projeto político participativo, solidário, fraterno, inimigo da desigualdade, avesso à discriminação, se vê de repente, ante um dilema: nesta batalha, frente a um inimigo de força desproporcional, precisa escolher um aliado, capaz de ajudá-lo vencer a guerra final.
De um lado, os recursos, a medicação, aparelhos, tratamento de primeiro mundo, acessível a poucas pessoas do primeiro mundo. Do outro lado, os recursos, a medicação, aparelhos, tratamento de segundo mundo, acessível a poucas pessoas do segundo mundo.
A diferença, o senhor Alencar bem conhece. O tratamento de primeiro mundo oferece uma aliança mais eficaz contra o inimigo mortal. Quando não o derrota, o deixa fora de combate por tantos e tantos tempos. Já o tratamento de segundo mundo, remanescente do primeiro, não tem a mesma eficácia, particularmente quando a “doença ruim” se vale de subtefúrgios, se mantém silenciosa, e quando menos se espera, insidiosamente, se apresenta e com golpe certeiro fulmina o paciente.
O senhor Alencar, tenaz que é, deixou o dilema por conta do destino, fez a escolha certa do aliado, e mantém, obstinado, a luta contra o “coisa ruim”!
João dos Santos Leite
Psicólogo – CRP 04-2674
29-12-10