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A saudade me leva a lembrança do “din dom” de um relógio

Relógio que se amparou no tempo em cima da cristaleira da sala, como célere marcador dos compromissos do cotidiano.

Com seus compassos e gemidos ditava suas horas e minutos, era o timoneiro, o nosso alerta, o grito de luta que nos movia para os desafios do dia a dia.

Suas badaladas ecoavam por toda a casa, naquelas ditosas manhãs, com seu tic tac anunciando a nova alvorada.

Inicio de novo ciclo que descerravam as cortinas de mais uma jornada na grande Pauliceia Quatrocentão, cada um em seu rumo, em seu destino.

Dadiva de Deus denominando espaços e responsabilidades no cumprimento das metas e tarefas do nosso labor divino e sagrado

Lá estava ele com seus ponteiros solertes na dança de suas horas, testemunhando as nossas reuniões familiares, nossas conversas.

Parecia que no seu badalar, sorria com nossas alegrias e chorava com os momentos tristes, participando de nossa intimidade familiar.

Patrimônio inesquecível, ainda hoje ele esta vivo e vai caminhando com seus compassos mágicos, marcando também a memoria viva de tantas gerações.