JOGOS DE INFÂNCIA – Ferrinho/ Cabo de Guerra/ Danças de Roda

FERRINHO

O ferrinho aparecia logo após o período de chuvas quando a terra ainda estava úmida.

Trata-se de um pedaço de vergalhão pouco maior e mais fino que um lápis, com a ponta afiada que deve ser fincado na terra.

O jogo inicia a partir de um triângulo riscado no chão.

O jogador terá que acertar em cima da linha do triângulo e em jogadas sucessivas tentar fechar o circulo deixando os adversários presos.

Entre um ponto e outro a linha deve ser reta e vencerá a partida quem conseguir “fechar” o circuito.

CABO DE GUERRA

Era geralmente usado nas aulas de educação física, com a turma dividida em dois pelotões.

Duas linhas com distância aproximada de 1,5m são marcadas no chão e no meio da corda se ata um pedaço de tecido colorido.

Alguém segura a corda de forma que o tecido fique à meia distância das duas linhas.

O objetivo é puxar com toda força e fazer com que o tecido ultrapasse a linha para nosso lado.

DANÇAS DE RODA

Meninos e meninas de mãos dadas em alas cantam a plenos pulmões:

O primeiro grupo; eu sou rica, rica, rica, de marré, marré, marré/ eu sou rica, rica, rica de marré, dê, cê

O segundo respondia; eu sou pobre, pobre, pobre, de marré, marré, marré/ eu sou pobre, pobre, pobre de marré, dê, cê

O primeiro grupo cantava; quero uma de vossas filhas de marré, marré, marré/ quero uma de vossas filhas de marre, dê, cê

O segundo respondia; escolhei a que quiseres de marré, marré, marré/ escolhei a que quiseres de marre, dê, cê

Ou em círculo cantavam:

A dança da carranquinha/ é uma dança deliciosa/ quem bota o joelho em terra/ a moça fica formosa.

“fulana” levante o braço/ “fulana” sacode a saia/ ”fulana” tem dó de mim/ “fulana” me dá um abraço.

Ou então:

Terezinha de Jesus/ deu uma queda foi ao chão/ acudiram três cavalheiros/ todos três chapéus na mão.

O primeiro foi seu pai/ o segundo seu irmão/ o terceiro foi aquele que Tereza deu a mão.

Da laranja quero um bago/ do limão quero um pedaço/ da menina mais bonita/ quero um beijo e um abraço.

Nesse momento, se não houvesse adulto tomando conta da brincadeira, dava-se um beijo na boca da menina escolhida, se ela permitisse.

Se o chato do fiscal estivesse olhando, o beijo era na mão ou, no máximo, no rosto.

Outra cantiga muito lembrada era a do Pai Francisco.

Pai Francisco entrou na roda/ tocando seu violão/ danranrandandão.

Vem de lá seu delegado que pai Francisco está na prisão.

Como ele vem se requebrando/ parece um pato desengonçando.

Todos cantando e batendo palmas enquanto um dos dançarinos atravessava a roda requebrando como “cobra na areia quente”.

Outra arrumação era assim.

Um na frente puxando os demais de mãos dadas, enquanto dois outros formando um arco com os braços levantados por onde devíamos passar e fazer a escolha “pêra ou maçã”.

Dependendo da escolha, ficava-se atrás da que representasse a fruta. Ganhava quem conseguisse maior número de seguidores e as passadas pelo arco eram acompanhadas da cantiga:

Passarás, passarás, a bandeira há de ficar/ se não for o da frente deve ser o de detrás/ tenho dois filhos pequeninos/ não posso mais demorar, demorar.

Passarás etc.

(Continua em Mandrake/ Chapa Branca/ Badoque/ Cowboy)