NATAL E SEUS PERSONAGENS
NATAL E SEUS PERSONAGENS
Hoje festejamos a data natalícia do Cristo de 2010. E o Natal
significa nascimento, vida... e reflexão sobre a vida. Se ainda bem nos
lembramos, deveria ser um dia de festa, alegria e confraternização...
mas não o é, certamente.
Enquanto houver um “homicida” à espreita, seus nefandos e hediondos
atos serão imprevisíveis. Aliás, entenda-se da palavra entre aspas acima,
o seu termo lato. Deveria existir o substantivo “animalcida”, que exprimisse
a ação do desqualificado ser humano dado à tortura lenta até a morte, de
qualquer espécie de animal ou inseto.
Hoje, 25 de dezembro, enquanto uns bebem outros comem... e eu,
aqui no meu canto, vez de curtir essa alegria toda que impregna a própria
natureza, sinto-me triste com o que vejo e ouço. Enquanto tomo meu costumeiro
mate, cevado nos “cedumes” matutinos, na rua o carro do neto abriga sob sua
física estrutura, o miado lamentoso de um gato, ferido em seu aparelho intestinal.
Miar lamentoso e tétrico, eis que o bichano adolescente se encontra nas vascas
da morte, por envenenamento.
Sinceramente não consigo entender o que acontece com certas pessoas.
Desta feita, pois conheço os possíveis malfeitor(es), não é por ganância.
Não é um vandalismo praticado contra a natureza, como sói acontecer pela gula das cifras.
Não é, também, para por a salvo os alimentos que podem ser alcançados facilmente
pelos caçadores de ratos e passarinhos; e nem é tampouco pelo motivo torpe de que
existem gatos demais no bairro. É, sim, em minha opinião, por pura malvadeza.
Já aconteceu em outras ocasiões e isso por diversas vezes. De alguns meses para
esta data, nada mais e nada menos que seis ou sete mãozinhas de veludo, de ambos
os sexos, tiveram idêntico triste destino. E três deles meus.
Há bichos que, quando estão para morrer, se a causa mortis for dolorosa,
não se lamentam, o que não acontece com esses felinos domésticos... e é tétrico
o seu lamento. Ao ouvi-los miar assim, pensa-se que estão pedindo por socorro
veterinário... e dói nos ouvintes de bom coração, o âmago da própria alma.
Poder-se-ia tomar diversas providências no sentido de nada mais acontecer
de tão absurdo. Como, por exemplo, denunciar o fato ao grupo de ambientalistas
voluntários, que, quando possível, movem céus e terra em favor de qualquer bicho que se sinta judiado, em público e contra os abusos
havidos. Mas, o meu senso de razão e justiça me diz que, até nesses casos, deve-se poder comprovar e apontar o culpado, como se diz,
matar a cobra e mostrar o pau. Outra coisa seria provocar um projeto legislativo
onde as autoridades competentes seriam obrigadas, através de lei municipal, a recolher os gatos fujões que perambulam pelas ruas da cidade e castrá-los, evitando dessa forma, a proliferação desses animais domésticos. Essa atitude produziria mais um efeito: o maior cuidado dos donos dos bichinhos, não os deixando sair de casa, o que é, em se tratando de gatos de bairro, tarefa quase impossível.
Mas alguma coisa deve ser feita... e vou dar tratos à bola, estudando bem as
palavras adequadas e a ação a ser levada a efeito, para, num impulso impensado, não comprometer a honra de algum inocente.
Afonso Martini
251210